segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Proclamação de Dependência


Por Robert J. Tamasy


Já observou como as crianças têm pressa de alcançar independência? Elas dependem de alguém para serem alimentadas, banhadas, vestidas elevadas de um lugar para outro. Quando, porém,
atingem certa idade, por volta dos dois anos, começam a afirmar sua declaração de independência. Ao ajudar uma criança a calçar os sapatos ela dispensa a ajuda: “Eu calço sozinha!” – declara a pequena independente. Se for ajudá-la com a comer a resposta decidida é: “Não, eu como sozinho!” Os pais querem que se tornem independentes, mas não aos dois ou três anos de idade.

Esse impulso em direção à autoconfiança e autonomia permanece vigoroso ao longo de toda nossa vida. Muitos sonham em tornar-se financeiramente independentes, atingindo o ponto em que o salário não é o motivo que os leve a trabalhar. Outros anseiam por se encaixar na descrição do herói de “Invicto”, de William Ernest Henley. Nesse poema publicado em 1888, o personagem central declara:“Sou o senhor do meu destino; sou o capitão da minha alma.”

É louvável tornar-se "senhor do próprio destino", assumindo a responsabilidade pelos resultados das próprias ações e decisões. Entretanto, independência total tem desvantagem. Lemos na Bíblia sobre Uzias, que por 52 anos serviu como rei em Judá: “Ele fez o que o Senhor aprova... Enquanto buscou o Senhor, Deus o fez prosperar” (II Crônicas 26.4-5). Durante grande parte da vida ele reconheceu que dependia de Deus.

Entretanto, chegou um momento em que aparentemente o sucesso lhe subiu à cabeça. Confrontado com sua rebeldia, recusou-se a assumir responsabilidade e aceitar correção. “...Entretanto, depois que Uzias tornou-se poderoso, o seu orgulho provocou a sua queda. Ele foi infiel ao Senhor, o seu Deus"  (II Crônicas 26.15-21). Ele tornara-se auto-suficiente; não precisava de ninguém, nem mesmo de Deus.

Uzias viveu centenas de anos atrás, mas a natureza humana não mudou desde então. Muitos de nós, no início de nossos negócios ou carreiras profissionais, nos conscientizamos que o sucesso está fora do nosso alcance. Voltamo-nos, então, para outras pessoas – até mesmo para Deus – em busca de ajuda, especialmente quando responsabilidades e pressões nos sobrecarregam. Uma vez alcançado o sucesso, porém, perdemos o senso de dependência. “Venci por meus próprios esforços”, concluímos inchados pela vaidade.

Como Uzias aprendeu, essa atitude geralmente leva ao desastre. Deixar de reconhecer a ajuda recebida ao escalar a “escada do sucesso”, bem como o suporte oferecido para mantê-lo, nutre o orgulho e expõe nossa vulnerabilidade aos concorrentes e opositores. A Bíblia ensina como evitar essa calamidade:

Reconhecer Deus como fonte de sabedoria e do sucesso. “Fale sempre do que está escrito no Livro da Lei. Estude esse livro dia e noite e se esforce para viver de acordo com tudo o que está escrito nele. Se fizer isso, tudo lhe correrá bem, e você terá sucesso” (Josué 1.8).

Aceitar a correção e a repreensão. “Quem rejeita a correção acabará pobre e na desgraça, mas quem aceita a repreensão é respeitado” (Provérbios 13.18).

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