Sua igreja ficava perto da praia, no caso, a mais famosa do Brasil.
Todo domingo pela manhã, de terno, lá estava ele à porta do templo. Quem passava recebia um cumprimento seu. Ele parecia estranho, terno completo, Bíblia debaixo do braço, o sol escaldando.
Um dia, passou um homem, de sunga e toalhinha no pescoço, vindo das águas do mar próximo.
Vinda da igreja, a música alcançava suavemente as calçadas.
Ele fez menção de parar, mas preferiu seguir em frente.
O homem de terno notou seu interesse e o convidou, sem se importar com o seu traje:
-- Não quer entrar para ouvir melhor?
-- Eu, assim? Estou chegando da praia. Não posso entrar desse jeito
-- Pode, sim. Vem. Sente aqui atrás e ouça.
O homem de sunga entrou.
Ele voltou à noite, com outras roupas, e se tornou um cristão.
Ele não se tornou apenas um cristão, mas um grande pregador da graça de Deus a partir do seu respeitado salão de cabelereiro.
Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo
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