sábado, 6 de janeiro de 2024

Mais de Deus, menos de mim



Isaías era um profeta palaciano. O capítulo 6 de seu livro relata um momento triste por causa da vacância no reinado de Israel, o rei Uzias morrera. O cenário era de tristeza e insegurança. É nesse cenário que o profeta tem uma visão extraordinária: vê o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono. Era uma mensagem pedagógica: o trono de Israel vagou, mas o trono celestial, não, estou no controle.

De todas as cenas que envolvem a narrativa - lida dos versos 1 a 8, a que mais me chama a atenção está no verso 5: “Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos”.

Comparando sua experiência no capítulo 6 com a do capítulo 5 há um grande abismo, grande diferença: no cinco, Isaías lança os ais sobre os outros - vale a pena ler. No 6, o ai é sobre si mesmo. 

A causa da mudança: ver Deus. Quem vê Deus, consegue enxergar mais sobre si. E a única conclusão é: “Ai de mim!”. 

Santidade, ao contrário do que se diz no senso comum, é ver mais a própria pobreza e menos a pobreza dos outros. Quanto mais santidade, mais consciência de pecador. Quanto mais de Deus, menos de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário