sexta-feira, 12 de julho de 2024

Gênesis 22.2,3 e 4


Por Neemias Lima*

“E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera. Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe”.

Para alguns, isso é mito. Abraão é mito. Isaque também. E esse evento é narrativa humana. Mas, admitamos que seja mito, em nada diminui os princípios que se fazem presentes na dramática história. É bom lembrar que considerar um texto mito não é atitude relacionada à falta de fé ou descrença em Deus. 

Cremos como sendo palavra de Deus, independentemente de sua comprovação e, deixando de lado tais questões, reflitamos:

1º - Oferta especial. Que Isaque temos oferecido a Deus? Via de regra, pede-se muito e oferece-se pouco, ou nada. E alguns, oferecem o que sobeja, o menos importante. É de arrepiar: teu único filho, a quem amas.

2º - Obediência total. Sem pestanejar, obedeceu. Sem questionar, tomou todas as providências: levantou-se de madrugada (hora do silêncio, ninguém vê), albardou o jumento, convocou dois servos e foi ao lugar determinado. É melhor obedecer do que sacrificar, disse Samuel a Saul. Abraão obedeceu e sacrificaria.

3º - Confiança plena. Fé. O escritor aos Hebreus exaltou: “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito” - Hebreus 11.17. Como diz a linguagem virtual, “os incrédulos pira”.

4º - Persistência dolorosa. Para alguns, Isaque sabia que era o “cordeiro” para aquele sacrifício. Suas intervenções durante a viagem são denunciadoras. Que dor! Persistir na obediência causava dor. Três dias que pareciam milênios.

5º - Visão acurada. Levantou os seus olhos e viu o lugar de longe. A obediência não é cega. Tem-se a visão ampliada. É de Jesus a orientação: “Levantem os olhos e vejam os campos, que já estão brancos para a ceifa”.  

Dois destaques:

1º - Gênesis 22.2,3,4 é importante na vida de Abraão porque teve Gênesis 12.1-4. Aquele é consequência deste. Antes de oferecer Isaque, ofereceu-se a si mesmo. Cortou todos os laços afetivos e foi ao desconhecido.

2º - Gênesis 22.2,3,4 é presente em nossa vida. Somos desafiados a apresentar oferta especial, mostrar obediência total, demonstrar confiança plena, sofrer persistência dolorosa e desenvolver visão acurada.

Quem deseja se lançar a qualquer desafio precisa passar por Gênesis 22.2,3,4. E conversar com Abraão. Ele dará a receita: oferta especial, obediência total, confiança plena, persistência dolorosa e visão acurada.

Deus não precisava provar Abraão. Ele oportunizava condições para que ele tivesse prova de seu amor. E, no final, Isaque foi substituído por um cordeiro escondido. Assim como eu e você por Jesus na cruz. 

Deseja assumir o desafio? Deus cuidará do final.

*Pastor da Igreja Batista no Braga em Cabo Frio

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