sábado, 27 de julho de 2024

Seguir a Jesus com motivação correta


A base é o evangelho de João, capítulo 6, onde é narrada a multiplicação dos pães. O fato gera reação positiva no povo: “este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo” - v. 14. A seguir, acontece o evento de Jesus andar sobre as águas - vs. 16-21. No dia seguinte, uma multidão foi para outra banda do mar. Quer estar com Jesus. Provavelmente, a expectativa era: que mais Ele fará agora? Multiplicou pães, andou sobre as águas e, agora? Qualquer líder se encheria de si com a multidão se deslocando de um lado ao outro para ouvi-lo. Menos Jesus. 

A multidão esperava novidade e Ele apresentou. Pregou um sermão, mostrando que Ele era o pão vivo que desceu do céu. Outra reação se verifica: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” - v. 60. E acontece uma debandada incrível, ficando só 12. “Quereis vós, também, retirar-vos”, pergunta Jesus? 

Resumimos os eventos para fazermos as seguintes aplicações: 

1) DEUS CONHECE NOSSAS VERDADEIRAS INTENÇÕES - v. 26. Qualquer um se gabaria de ter uma multidão para ouvi-lo, mas Jesus conhecia o que estava no mais íntimo do ser deles. Jesus conhece o nosso ser. Não adianta ter multidão com intenções escusas. 

2) SEGUIR A JESUS NÃO É UM NEGÓCIO - v. 27. Não é um toma lá, dá cá. A menos que se tome negócio como negação do ócio. Fora disso, não é uma negociação de vantagens. Cuidado com a Teologia da Prosperidade. Os valores são eternos e duradouros. 

3) A MOTIVAÇÃO CORRETA NOS LEVA A GOSTAR DAS COISAS DE DEUS - v. 60. Rejeitaram um sermão de Jesus. E que sermão! Vale a pena ser lido! Se fosse um sermão meu, ainda vai lá, mas de Jesus. O problema era a motivação incorreta: não gostaram do alimento! Embora o zelo pela qualidade deva existir (e procuramos fazer isso!), preocupa-me reações do tipo “não gosto disso”. Motivação correta nos faz gostar das coisas de Deus, mesmo que não seja do modo como fazemos. 

4) JESUS NÃO NEGOCIA OS PRINCÍPIOS ESPIRITUAIS - v. 67. A debandada em massa não influenciou Jesus. Pergunta corajosamente: “Quereis vós também retirar-vos?”. Paulo enfatizou: “Todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguição” - II Tm 3.12. O cristianismo não é uma proposta que vise à satisfação plena do cliente como fim em si mesmo. Em muitos casos, significa arranjar um problemão. A plenitude de vida não significa facilitar as coisas para agregar mais gente. É renúncia que Jesus exige. 

5) VALE A PENA SERVIR E SEGUIR A JESUS - vs. 68, 69. Pedro diz “para quem iremos?” e não “para onde iremos”. O Cristianismo é uma pessoa, um sacrifício (único), uma entrega. “Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me” – Lc 9.23. 

A maior bênção de Jesus não se restringe a esta vida. É no porvir. É lá e não cá! Como diz Sérgio Pimenta, “Lá está o meu tesouro; lá, onde não há choro”.

*Pastoral do Pr. Neemias Lima publicada no informativo da Igreja Batista do Braga em 28.07.2024.

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