Isto é enfermidade minha
É também de Asafe o Salmo 77. Na mesma linha do 73, o músico mostra tremendo sofrimento. Chega a dizer que “se lembrar de Deus, causava perturbação e que sua alma recusava consolo”. Não conseguia dormir e, perturbado, não queria falar. Quadro, provavelmente, de profunda depressão.
Em sua dor, faz perguntas muito inquietantes: “Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável? Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se já a promessa de geração em geração? Esqueceu-se Deus de ter misericórdia? Ou encerrou ele as suas misericórdias na sua ira?”.
Interessante é que uma das primeiras conclusões a que chegamos, em nossas crises, é que Deus nos abandonou. Por quê? Provavelmente porque, nessas horas, somos tentados pelo inimigo que deseja acusar Deus diante de nós. É o seu papel.
Mas Asafe apresenta a realidade: “Isto é enfermidade minha; mas eu me lembrarei dos anos da destra do Altíssimo. Eu me lembrarei das obras do Senhor; certamente que eu me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade. Meditarei também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos”.
E seu choro muda, a começar por: “O teu caminho, ó Deus, está no santuário. Quem é Deus tão grande como o nosso Deus?”.
Quando enfrentar tristeza profunda, não conclua como nos primeiros versos do Salmo 77. Conclua a partir do verso 10.
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