sábado, 3 de maio de 2014

Perdas

Lição da Escola Bíblica Dominical - 04.05.14
Lição 5 - Perdas (Parte 01)
Texto bíblico: João 16.33
Introdução:
As perdas fazem parte da vida. Todos nós computamos perdas durante nossa caminhada. Não há quem esteja isento delas. Por isso, trata-se de um assunto que precisa ser considerado, pois a família precisa saber lidar com as perdas, sejam elas materiais, de oportunidades ou até de um ente querido.
Quando falamos de perdas na família, a primeira coisa que nos ocorre é a morte de alguém; mas as perdas mais frequentes, aquelas que as famílias estão enfrentando a todo instante, são diversas: perda de emprego, de uma oportunidade, de um namorado, de um filho que se casou e saiu de casa (embora uma boa perda, mas, mesmo assim, uma perda), de um amigo que viajou para longe, perda da saúde (ainda que temporária), perda de um bem material, perda da tão sonhada festa de casamento de uma filha que engravidou do “cara” errado, perda da carreira de um filho que se tornou viciado em drogas, perda do marido para uma amante, e tantas outras perdas a que estão sujeitas as famílias.
Todas essas perdas exercem influência importante no comportamento da família. Portanto, precisam ser consideradas e administradas.

Reflexos negativos
Dentre os reflexos negativos causados pelas perdas podemos listar:

Tristeza profunda – A tristeza, no aspecto da nossa estruturação emocional, é tão importante quanto a felicidade, pois a dupla mantém o equilíbrio em nossa vida. Porém, quando causada por perdas importantes, ela pode atingir a pessoa de forma profunda e por muito tempo, podendo levá-la a perder o ânimo para o trabalho, lazer, atividades religiosas e, em casos extremos, pensa até desistir de viver.

Depressão – A depressão é um mal que atinge 121 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que em 2020 a depressão será a segunda doença que mais provocará incapacidade. As perdas podem provocar depressão.

Desânimo – O desânimo é a falta de ânimo. É a ausência de aceitação do que ainda somos e do que ainda somos capazes de realizar. É uma entrega total a um estado de apatia pela vida, em que não há esforço para as realizações.

Medo – O medo é um sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo, real ou imaginário, de uma ameaça. Quando o medo se instala, a pessoa fica num contínuo estado de alerta e pode, inclusive, progredir para algo pior como, por exemplo, a síndrome do pânico.

Doenças físicas – Quando uma pessoa tem suas emoções afetadas e desequilibradas, sua imunidade fica baixa e as doenças oportunistas se instalam. Algumas bem conhecidas, como gastrite, doenças de pele, resfriados constantes, e até outras doenças mais graves.

Abandono da fé – Também conhecida como apostasia, o abandono da fé figura entre os reflexos causados pelas perdas. Se Deus é poderoso e bom, como Ele permitiu que tal perda acontecesse? Geralmente, essa é a pergunta que não se cala na mente de alguém que, acreditando em Deus, sofreu alguma perda significativa.
Irritabilidade – É um desequilíbrio emocional que leva a pessoa a reações violentas, físicas ou verbais, sem causa aparente. É relativamente comum nos depararmos com pessoas que sofrem deste mal se expressarem da seguinte maneira: “Eu não sei o que se passa comigo, fico irritada por tudo e por nada, não consigo me controlar e tudo me aborrece”.

Mau humor crônico – Mau humor pode ser um estado passageiro diante de um descontentamento comum, mas também pode ser doença, e grave! O mau humor crônico é um transtorno mental que se manifesta por meio de uma rabugice que parece eterna.

Culpa – É a reprovação diante da avaliação de um comportamento que a pessoa teve no passado. Normalmente quem tem este sentimento não consegue se manter em um estado de alegria, pois, ao se alegrar, logo lembra seu comportamento que reprova e então volta a sentir tristeza.

Acusações – A acusação é uma censura, uma imputação de culpa. Ela pode ser verdadeira ou falsa. De qualquer maneira, quando ocorrem perdas na família, pode também se instalar uma atmosfera de acusações mútuas.

O que diz a fé cristã sobre a perda?
Pessoas que têm fé em Deus também passam por perdas. Ser convertido não tira o aspecto natural da pessoa. Ela continua em sua jornada humana na terra e, portanto, sujeita às tribulações desta caminhada. Igrejas ou líderes evangélicos que oferecem um evangelho sem perdas estão indo além do que o próprio Senhor ensinou.

O Senhor Jesus antecipou aos seus seguidores que eles passariam pelas aflições a que a vida na terra está sujeita: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33).

Observe que há uma promessa e ela não é a de que o crente não sofra perdas, mas sim de que, apesar das perdas, a paz é garantida, desde que se mantenha a fé (bom ânimo).

Quando um crente sofre qualquer perda, a sua maior dor é a da decepção com Deus. No entanto, esta decepção tem como base uma expectativa errada em relação à vida cristã. Quando um não crente sofre uma perda, ele sofre apenas a dor daquela perda; quando a perda é numa família crente, a dor torna-se maior pelo fato de “Deus ter falhado” ou não ter se importado o bastante. Assim, o que permanece, é a decepção que aprofunda a dor, a amargura e a tristeza. Quando Jesus fez o alerta de que teríamos aflições,
Ele já tinha a solução: “para que em mim tenhais paz”.

A paz do Senhor, que excede o entendimento humano, se constitui na maior riqueza e na única solução possível diante de determinadas perdas.
“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7)

Conclusão
Há famílias que entram num estado permanente de sofrimento por causa das perdas que sofrem. Outras, apesar de também experimentarem perdas semelhantes, conseguem se manter em estado de esperança e bom ânimo, conseguindo assim superar a dor da perda; a diferença está na estrutura da família.
A questão não está em ter ou não perdas, pois em nossa caminhada sempre nos depararemos com tais prejuízos, mas o que faz a diferença no quanto a família será abalada são: a estrutura emocional da família, o nível de companheirismo entre os seus membros e o relacionamento dela com Deus. As famílias precisam se fortalecer nessas áreas, a fim de se manterem firmes diante das inevitáveis perdas.
Os reflexos negativos causados pelas perdas podem perdurar na história da família, provocando um padrão de vida caracterizado por tristeza e lamentações, ou podem ser superados, dando lugar a uma motivação para um novo direcionamento da história. Tudo vai depender da estrutura familiar.
Na próxima lição, veremos que existe uma saída para os possíveis reflexos negativos de uma perda que tenha afetado a família, além de relembrarmos promessas de Deus feitas em sua Palavra que ratificam sua fidelidade e seu controle absoluto sobre todas as circunstâncias de nossa vida.

Para Pensar e Agir
1. Quais os possíveis reflexos causados pelas perdas no relacionamento familiar?
2. Como entender o momento de perda mediante a fé Cristã?

Leituras Diárias:
Tegunda-feira - João 16.33
Terça-feira - Filipenses 4.7
Quarta-feira - Salmo 51.17
Quinta-feira - Filipenses 4.6
Sexta-feira - Atos 16.24,25
Sábado - Romanos 8.28
Domingo - II Coríntios 12.9,10

*A Revista Palavra e Vida é da Convenção Batista Fluminense.

** O autor das lições deste trimestre é Pr. Nataniel Sabino. Formado em Teologia e 
Psicanálise Clínica e pastoreia a PIB da Fundação.

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