terça-feira, 11 de agosto de 2020

Presidente da Convenção Batista: “Vivenciamos tempos de aflição... inimigo invisível, notícias manipuladas politicamente, amigos e parentes partindo sem termos direito ao rito do luto”.

Rachel de Abreu Pereira (foto) é Graduada em Música - Composição - pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Bacharel em Música Sacra - Educação Musical - pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, Pós graduada em Regência Coral pelo Conservatório Brasileiro de Música), Mestra em Práticas Interpretativas - Regência pela UFRJ, Doutoranda em Música pela UFRJ.

Sua atuação inclui professora universitária nas instituições UNICBM (Centro Universitário CBM ) e CBM (Conservatório Brasileiro de Música), professora nos cursos de Pós Graduação no Coletivo das artes e no STBSB. 

Ministra de Música há 20 anos, atualmente lidera o ministério musical na Primeira Igreja Batista da Penha, RJ. Foi presidente da Associação dos Músicos Batistas Cariocas de 2013 a 2017 e vice presidente da Convenção Batista Carioca 2017 a 2019. 

Atualmente é a presidente da Convenção Batista Carioca. Casada com Marcos Antonio Pereira e mãe de Marcos Filho (16) e João Pedro (14) é filha do pastor Eduardo Souza de Abreu e Marta Oliveira de Abreu.

Nesta entrevista, você saberá como a Ministra de Música enfrenta esse tempo de pandemia.

Como você interpreta esse tempo?

Muitos dizem que este foi um tempo preparado por Deus para julgamento da humanidade, outros dizem que foi para santificação da igreja e ouvimos ainda outras tantas hipóteses! Sei que todas as coisas estão debaixo da mão de Deus. Se acontecem por sua vontade soberana ou permissão, ainda estão subjugadas à sua voz. No meu entender, todos paramos para refletir sobre a brevidade e fragilidade da vida neste tempo. As decisões tomadas a partir desta reflexão são da responsabilidade de cada um. Uma coisa é certa, e o pregador já dizia: “Nós teremos de prestar contas a Deus de tudo o que fizermos e até daquilo que fizermos em segredo, seja o bem ou o mal” - Eclesiastes 12.14.

Família da Ministra de Música
Família: esposo Marco Antônio, os filhos Marcos Filho e João Pedro

Em algum momento, você ficou apreensiva, ou até com medo, dessa situação?

Enfrentar uma circunstância nunca vivida antes traz para qualquer um certo grau de preocupação. Inimigo invisível, noticias manipuladas politicamente, amigos e parentes partindo sem termos direito ao rito do luto. Claro que vivenciamos tempos de aflição, mas nós confiamos em Deus, nosso refúgio e fortaleza, bom Pastor que nos conduz em pastos verdejantes e que também está conosco em vales de sombra e de morte. Esta doce presença traz paz ao nosso coração. Um dos textos da Palavra de Deus que me acompanha neste tempo de pandemia está em Filipenses 4.6-7: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”.

Todo planejamento foi por água abaixo com a pandemia. Como a Ministra de Música enfrenta esse tempo de pandemia?

Salomão já falava sobre isso em Provérbios 16.1: “Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR, a resposta da boca”. Algo que aprendi ao longo desses 20 anos de ministério é que pessoas são mais importantes do que realizar projetos. Apesar de estarmos distantes, temos podido auxiliar cada ovelha que Deus coloca sob nosso cuidado, bem como estamos mais próximos de nossa família. Percebi como as atividades estavam roubando este tempo precioso. Novas oportunidades tem surgido para evangelização através das redes sociais. Como Igreja, aprendemos a nos aproximar, apesar do distanciamento requerido. A música sempre foi um meio de adorar a Deus, edificar o corpo de Cristo e proclamar a Boa Nova da salvação. Este tempo não frustrou nenhum deste objetivos, apenas nos desafiou a cumpri-los de maneira diversificada.

Vários municípios estão flexibilizando e as celebrações estão voltando com protocolos variados. Como será para a área da música, sobretudo o canto congregacional, marca das celebrações?  

Vários tem sido os estudos de profissionais do canto, cientistas, médicos com relação a esta questão da projeção de partículas através do canto. Acredito que neste primeiro momento, ainda prosseguiremos cantando com máscaras e quando sem, mantendo o distanciamento orientado. Creio que esta vacina tão sonhada, em breve chegará. Até lá, vamos nos adaptando ao “novo normal”. Algumas igrejas já tem realizado ensaios em ambientes abertos e com os componentes corais bem distantes (além do recomendado). Cada Igreja deve respeitar a orientação governamental e pastoral. 

Que conselhos você daria para os Ministros de Música, músicos e todos os que participam ou lideram a área musical nas Igrejas?

Faço minhas as palavras do apóstolo Paulo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” - I Coríntios 15.58. Em breve seguiremos as nossas atividades. Aproveitem o tempo para cultivar seu relacionamento  com Deus.

Coro da Associação dos Músicos Batistas Cariocas

A relação Ministro de Músico x Pastor pode enfrentar de alguma forma atritos agora com a volta em virtude de protocolos?

Acredito que aqueles que trabalham em consonância não têm atritos. Entendem que são direcionados por Deus. Trabalham em equipe. O ministério de música é um ministério auxiliar ao ministério pastoral. Segue o direcionamento de Deus e a orientação que Ele mesmo dá ao pastor da Igreja local, por mais que possam existir visões diferentes da liderança. 

Considerações finais:

Agradecemos a Deus pelo ministério que recebemos d’Ele. Privilégio sermos escolhidos por Ele. Privilégio servir aos servos do Senhor. Agradecemos a oportunidade de compartilhar, através deste canal, nossos desafios e visão. Que Deus nos ensine a sermos relevantes neste tempo. Voz afinada em meio a tantas dissonâncias.

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