O primeiro Dia das Mães sem ela

Meu primeiro dia das mães foi em 14 de maio de 1961. Dele, nada me lembro, contava oito meses. Era o segundo homem na família com predominância mulher. Meu irmão um pouco mais velho veio a falecer na adolescência. Embora não me lembre do primeiro dia das mães, tenho certeza, foi especial. Sempre carinhosa e cuidadosa, mamãe dispensava todas as energias para nos atender. Noemy, seu nome, significa encantadora, agradável, suave.

Este dia das mães é o primeiro sem ela. Como eu gostaria que não fosse assim. Mas é. E é doloroso. E, sinceramente, não imaginava que este ano seria assim. Tenho evitado ver fotos, coisas relacionadas a ela porque dói. Nos últimos que tivemos com ela, praticamente todos os filhos almoçávamos juntos. Este, não terá.

A vida é assim, há tempo de nascer e tempo de morrer. E, pela graça de Deus, entre esses dois tempos, o mundo conheceu uma mulher que viveu 84 anos com honradez. Isso traz um conforto valioso. E é assim que desejamos lembrar.

Sinto que de todos os filhos, eu e Alair - pastor da Primeira Igreja Batista em Jardim Alcântara, somos os mais confortados. O ministério propicia tais condições. São tantas irmãs abençoadoras que nos tratam como filhos. Sobre elas, impetramos as mais reservadas bênçãos nos tesouros celestiais.

Duas considerações preciso fazer:

1ª - Mães, invistam na vida de seus filhos. Investimento espiritual, moral, ético, comportamental. Caso tenha condições, financeiramente. Mas este sem aqueles nenhum valor tem. Aqueles sem este cumprirão seu papel para o bem. Os filhos precisam de sua intervenção nesse sentido.

2ª - Filhos, valorizem a mãe que tem. Ela é um presente de Deus para você. Aproveite cada detalhe desse presente, você não sabe por quanto tempo o terá. Obedeça-a, peça-lhe orientações, ouça a sua voz, abrace-a, beije-a e celebre sua vida com uma vida de obediência.

Um pensamento sempre passeia em minha mente: se soubesse que seria assim tão rápido, poderia ter feito mais por ela. Acredito que fizemos o melhor. E, segundo suas próprias palavras, “meus filhos cuidam muito de mim, eles fazem tudo por mim”.

Ah, e tem uma coisa: suas últimas aparições registradas em fotos eram sorridentes como sempre foi. E seus últimos momentos, antes de entrar num estado terminal, também foram de sorriso, embora solicitados em função da dor. É assim que quero me lembrar.

Caso pudesse enviar-lhe uma mensagem hoje, seria: “Mamãe, se não fizemos tudo pela senhora, a senhora fez tudo por nós! Somos gratos. Nunca te esqueceremos!”.