quinta-feira, 26 de junho de 2025

E o pardal encontrou casa

“O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!” - Salmos 84.3.

Qual o valor monetário de um pardal? Praticamente, nenhum. Em Mateus 10.29-31 temos uma boa referência: “Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de Nosso Pai. E, quanto a vocês outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Não temam, pois! Bem mais valem vocês do que muitos pardais”.

Um asse, também identificado como ceitil em algumas versões, era uma moeda romana de cobre, que valia 1/16 avos de um denário. O denário era o salário de um dia de um trabalhador braçal. Considerando o salário mínimo no Brasil, que é uma vergonha, um pardal custaria em torno de três reais e dezesseis centavos aproximadamente.

O pardal encontrou casa. Deus cuida dos seres insignificantes na perspectiva humana. Por que muitos seres humanos não têm uma casa morar? Não é culpa de Deus. É culpa da própria pessoa, da injustiça social, maldosa distribuição de renda e ausência de iniciativas públicas.

Mas se o homem é injusto, Deus é justo, e cuida de você!

terça-feira, 10 de junho de 2025

E a galinha protege

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vocês não o quiseram!” - Mateus 23.37.

Provavelmente, Jesus visualizava Jerusalém do alto e lançou esse lamento. E usou uma metáfora em que a galinha é personagem.

A galinha protege seus pintinhos de predadores, do frio, da chuva e de outros perigos. Suas asas são abertas e os cobre e aquece quando o frio se intensifica. Interessante é que até um sistema de alarmes é acionado para avisar os pintinhos do perigo, incluindo cuidar da higiene deles e a encontrar comida.

Ao contrário dos pintinhos que aceitam a proteção, Jerusalém rejeitou a oferta de Jesus. Jerusalém é símbolo da rejeição, é instalação da hostilidade, é presença da resistência, é decisão pela desobediência.

Um animal irracional se submete às orientações de sua natureza e de seus instintos, o homem, dito racional, rejeita a proteção do divino e, como consequência, paga um alto preço pela desobediência.

domingo, 8 de junho de 2025

Pastor


Ser pastor.

É mais que um cargo,

É um trabalhoso encargo,

Mas não é um fardo, 

Se cumprido com amor.


Ser pastor.

Não é apenas servir com amor,

É caminhar em meio a dor

E morrer, se preciso for,

Sob o comando do seu Senhor.


Ele foi pastor.

Na verdade, o sumo pastor.

Sofreu toda dor,

mas, com amor e por amor,

trocou o meu fardo,

aliviando o encargo,

e, feliz, prossigo,

vitorioso, ao seu dispor.


Nunca serei, como Ele,

um aprovado pastor.

Não entendo como me chamou

e me capacitou a servir

com amor.


Eu quero ser um pastor

que dependa do meu Senhor,

e quero servir com amor, 

mesmo que me causem dor.


Ajuda-me, Senhor!

E a pomba não voltou

“Então, esperou ainda mais sete dias e soltou a pomba; ela, porém, já não tornou a ele” - Gênesis 8.12.

Noé soltou a pomba a primeira vez. Ela voltou porque não achou lugar para pousar os pés. A pomba é solta pela segunda vez e volta com uma folha nova de oliveira no bico. 

A folha nova de oliveira era a confirmação da restauração da vida. A tristeza da morte, do juízo e da condenação estava sepultada e a realidade da vida reinaugurada.

A folha de oliveira trazia o simbolismo da paz, da renovação e da prosperidade. O tempo de tensão e aflição foi substituído pela tranquilidade da paz. O período da morte foi sepultado com a triunfal entrada da vida. A fase da pobreza foi nocauteada pela instalação da prosperidade, a terra toda pertencia a oito pessoas.

Pela terceira vez a pomba é solta e não volta mais. Ganhou o mundo! Fico curioso em saber para onde aquela pomba voou.

A vida pode nos surpreender com um aterrorizante dilúvio, mas o Deus da terra, do sol e da chuva é capaz de cessá-lo e inaugurar um novo tempo.

Em sua vida, que dilúvio precisa ser sepultado?

sábado, 7 de junho de 2025

E o corvo ia e voltava

“E soltou um corvo, o qual, tendo saído, ia e voltava, até que se secaram as águas de sobre a terra - Gênesis 8.7.

A humanidade se corrompeu e atingiu níveis tão grandes de imoralidade que Deus decidiu destruí-la. Encontra uma exceção, Noé e sua esposa com seus três filhos e três noras. Orienta o íntegro Noé a construir uma arca, o decreto de destruição foi publicado.

Passados quase nove meses, Noé solta um corvo. Ele vai e volta, vai e volta e, depois, não volta mais. As águas tinham baixado, mas os resultados do juízo estavam espalhados em toda a terra. O corvo não se incomoda com isso, prefere a nojeira e clima fétido da terra ao convívio agradável na arca.

Na experiência da vida pode ocorrer o mesmo. Encontramos aqueles e aquelas que se deliciam com os cadáveres espirituais, enquanto Deus tem preparado uma deliciosa refeição num ambiente agradável e acolhedor. Há os que preferem a podridão de um bar com seus vícios e paixão à harmonia e paz de um templo com sua paz e adoração.

Não siga a trajetória de um corvo, você pode chegar às impurezas da alma com reflexos em seu corpo.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

E os leões fecharam a boca

O jovem Daniel, um dos cativos na Babilônia, fora bem sucedido nos reinados de Nabucodonozor e Belsazar e, agora, no reinado de Dario, desfrutava de sua melhor performance como homem público.

O cenário era de corrupção, falcatruas e conchavos no reinado. Dario considerava e respeitava Daniel como homem íntegro e comprometido com os valores do reino. As atitudes de Daniel são uma prova que integridade independe das circunstâncias favoráveis. A rigor, é no olho do furacão que se conhece o caráter de um homem de Deus.

Depois de uma artimanha, foi condenado à cova dos leões e a única expectativa é que os leões estariam alimentados com carne especial. Dario, que estimava Daniel, não conseguiu dormir no palácio, enquanto Daniel relaxava no tapete polpudo da barriga dos dóceis leões.

A integridade de Daniel era tão marcante que, em vez dele temer, os leões ficaram com medo. Daniel não foi livrado do problema, mas foi livrado no problema.

Pela manhã, ansioso, o rei foi à cova e quis saber como estava a situação. Ouviu: “Oh, rei, o meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum” - Daniel 6.22.

Não tenha medo dos leões, o leão da tribo de Judá é capaz de nos livrar.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

E o cordeiro apareceu

Abraão, Isaque e alguns servos caminhavam há três dias e, de longe, Abraão viu o lugar onde sacrificaria seu filho Isaque em cumprimento à ordem do Senhor. Os servos são orientados a ficarem ali e pai e filho caminhariam mais um pouco até o lugar do sacrifício.

Isaque de nada sabia e uma curiosidade agitava sua mente, até que pergunta: “Meu pai, eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?”. Certamente, Isaque conhecia a prática pagã de sacrifício humano aos deuses.

A resposta do pai é provocadora: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho!”. Deus proverá, Jeová Jiré!

Caminham mais um pouco, pai e filho, chegam ao local, altar edificado, lenha devidamente arrumada, Isaque é amarrado e deitado no altar em cima da lenha. O pai com a faca estende a mão para sacrificar o filho, mas é interrompido: “Não estenda a mão, porque sei que você teme a Deus”. Ele vê atrás de si um cordeiro prontinho para o sacrifício e o oferece no altar.

O cordeiro era um protótipo de Cristo. Eu e você caminhávamos para sermos sacrificados, Deus providenciou um cordeiro, seu próprio filho, Cristo.

Deus sempre proverá!

quarta-feira, 4 de junho de 2025

E a jumenta falou

“Então, o Senhor fez falar a jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste já três vezes?” - Números 22.28.

Balaão era um profeta, tipo um vidente. Recebeu uma vantajosa proposta de Balaque, rei dos moabitas, para amaldiçoar o povo de Israel. Sua ação contrariou a vontade do Senhor e, enquanto seguia para cumprir sua missão, um anjo bloqueou a passagem com a intenção de matá-lo. Balaão não viu o anjo, mas a jumenta viu. A jumenta se desviou do caminho e foi pelo campo. Balaão a espanca violentamente. O anjo se posiciona impedindo a passagem e a jumenta encosta no muro, apertando o pé de Balaão. Mais pancada do profeta no dócil animal. Mais à frente, num lugar estreito, a jumenta não podendo passar, sentou. Mais pancada. 

E a jumenta falou: “Que fiz eu para me espancar três vezes?”. Chega a ser cômico o profeta conversando com a jumenta: “Você zombou de mim, tivesse uma espada aqui, eu te mataria!”. Os olhos do profeta foram abertos e ele viu a ação de Deus.

Quando um cristão está longe da vontade de Deus, torna-se mais burro que uma jumenta! Cuidado, não saia da vontade de Deus, você pode não perceber até o que uma jumenta percebe.

terça-feira, 3 de junho de 2025

E a serpente dialogou

“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” - Gênesis 3.1.

O paraíso era perfeito. Tudo por Deus bem feito. Predominava a harmonia, clima total de alegria. E a serpente apareceu. E a serpente dialogou. Não era exatamente ela, era a personificação do mal. 

Aproxima-se de Eva. Sagazmente, inicia um diálogo. Estrategicamente, distorce a palavra de Deus. O despretencioso diálogo se transforma numa tragédia, e o pecado aparece. O que era perfeito apresentou defeito. Distorcida a beleza, fuga da harmonia, instalação da tristeza e perda da alegria.

Assim a história da humanidade ganhou outro curso, não o planejado original. Culpa de um homem. Foi preciso que nascesse o Filho do Homem e a cabeça da serpente esmagasse. 

Diálogo, na maioria das vezes, é bom. Mas precisa cuidado com o conteúdo e o interlocutor. Sempre que dialogar, traga para o centro o Salvador. A serpente continua sua obra, mas treme e foge quando ouve sobre seu divino amor.

E o galo cantou

O intrépido discípulo Pedro ficou estigmatizado como quem negou Jesus. A primeira lembrança que se tem é de um fraco, frouxo e medroso em situação aflitiva.

Ninguém se lembra que declarações lindas saíram de seus lábios: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!; Para quem iremos nós?”. São esquecidas as ações durante três anos seguindo pela fé um desconhecido, que prometeu transformar pescadores de peixes em pescadores de homens.

Agora está acuado o corajoso discípulo. Ele nega, repete a negação, pragueja e jura desconhecer aquele que era seu amigo. O galo canta. Os olhares se cruzam. Não era um olhar repreensivo, nem acusador, era terno, fraterno, de quem ama. Ele se lembra do que tinha sido prevenido. Sai um choro, choro amargo.

Em qualquer outro círculo, Pedro estaria totalmente para sempre descartado. Em Jesus, não. Ele é reintegrado, encorajado e se torna um dos baluartes no início do cristianismo.

O canto do galo é o raiar de um novo dia. Não importa o acontecido. Agora é nova etapa. Esqueça do que acontecido, prossiga com alegria e fé! Lembre-se: o galo cantou nesta manhã.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Série "Família, Tesouro Inegociável" - Conclusão

Os registros nos evangelhos deixam claro uma satisfação e um prazer em Jesus estar presente na casa de Lázaro, Marta e Maria.

Num episódio, chegando sem agendar com 12 bocudos, percebeu que Marta estava aflita a ponto de sugerir-lhe chamar a atenção de Maria que, assentada aos seus pés, ouvia os ensinos. Carinhosamente, confrontou Marta: “Por que estás ansiosa e afadigada, Maria escolheu a boa parte”. Era como se dissesse, fique tranquila, eu multiplico a alimentação que você já tem pronta.

Em outro evento, experimentou a dor de ver seu amigo inerte e chorou. Mas não deixou de renovar a esperança da família com a ressurreição de Lázaro e apontar que todas as situações, aflitivas ou não, podem revelar a glória de Deus.

E o evento com Maria ao derramar um perfume caro em seus pés, sendo enxugado pelos seus cabelos, revelando a adoração em sua plenitude com oferta de algo valioso? 

Parece-me que toda vez que Jesus desejava um relax ele se dirigia à casa de Lázaro, Marta e Maria.

Responda sinceramente: como Jesus se sentiria se estivesse fisicamente em nossa casa?