sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Resiliência - VII

Aprendi sobre resiliência com um homem que nunca ouviu a palavra nem qualquer explicação conceitual objetiva sobre o assunto.

As primeiras imagens dele na memória são de um tempo em que as dificuldades eram intensas e, naturalmente, as circunstâncias ser tornaram tensas.

Vítima de um golpe ou falência de grande comerciante, perdeu todas as economias, produto da venda de um sítio de porteira fechada, fonte de sustento da família, na época com os filhos, oito. No meio da crise, chegaram mais dois. Praticamente todos em idade de dependência.

Repetia ousadamente: “Peço a Deus sabedoria e saúde para vencer essa batalha e terminar o tempo de minha vida com uma casa para morar e deixar a esposa amparada”. Sua oração foi atendida.

O hino de sua preferência tem na primeira estrofe a poesia:

Meu divino protetor, quero em ti me refugiar,
Pois as ondas de terror ameaçam me tragar!
Quase estou a perecer! Dá-me a tua proteção!
Pois guardado em teu poder, não receio o furacão!

No dia em que completo cinquenta e nove anos, dedico este café ao homem mais resiliente com quem convivi: Alício dos Santos Lima, meu pai. 

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