terça-feira, 13 de setembro de 2011

DIÁRIO DA TRANS - Uma ovelha perdida na Casa do Rock

Por Diogo Carvalho*
Na noite de sexta-feira (22/7/2011), saímos para evangelizar à noite na frente da Casa do Rock, um dos points mais badalados da região de Içara e Criciúma-SC. Chegamos por volta das 20:30h e, do outro lado da rua, formamos um círculo para louvar ao som do violão e para orar por aquela juventude perdida. Um jovem se aproximou silenciosamente e, depois que percebeu ter sido notado, se afastou para a lanchonete do outro lado da rua. Decidimos, ali, orar por ele.
Com uma chuva fina, decidimos pedir permissão ao proprietário de uma lanchonete para nos instalarmos em duas mesas no interior de seu estabelecimento. Depois de barrados na primeira lanchonete, a segunda tentativa foi bem diferente: “Boa noite, nós somos um grupo de missionários do Rio de Janeiro. A música é uma coisa boa, mas esses jovens também precisam ouvir um pouco sobre a Palavra de Deus, concorda?” A dona do estabelecimento, que ficava ao lado da Casa do Rock, assentiu. “Então a senhora permitiria que nós ocupássemos duas mesas no fundo da varanda, sabendo que iremos desocupá-las tão logo a senhora faça questão?” Ela disse “Sem problemas”. Glória a Deus!
Ali, sentados às duas mesas, começamos a cantar de forma bem discreta e, em oração, a nos preparar para as abordagens pessoais. Em pouco tempo aparece o mesmo jovem que havia se aproximado, dizendo: “É música evangélica?... Eu gosto de música evangélica... Sou católico, mas também leio a Bíblia em casa”. Era o garçom da lanchonete, João Carlos, de mais ou menos 20 anos.
Aproveitamos para pregar o evangelho em três minutos e fazer um apelo para que ele entregasse a sua vida a Jesus naquele momento. Triste, ele disse que não poderia ser perdoado porque havia cometido o pecado imperdoável, a blasfêmia contra o Espírito Santo, que teria sido quando caçoou de um pastor pentecostal que falava “em línguas estranhas”. Nós dissemos que ele poderia, sim, ser perdoado por Jesus e entregamos um folheto. Foi aí que a campainha do balcão tocou pela primeira vez e ele teve que sair para atender algum cliente.
Passados uns minutos, e nós cantando e orando pelo João Carlos, ele se achegou mais uma vez: “Eu li sobre o juízo de Deus. Também sei que existe um versículo (não me recordo onde) que diz que devemos buscar a Deus enquanto Ele está perto”. Dissemos: “Sim! Devemos buscá-lo enquanto se pode achar, invocá-lo enquanto está perto”. E depois de explicarmos o plano de salvação mais uma vez, dissemos: “Sabemos que você sente que Deus o está atraindo. Você não quer, agora mesmo, se render ao Seu amor e entregar seu coração a Jesus?” Ele respondeu, com pressa para atender outro toque da sineta: “O orgulho no coração do homem é muito grande...”
Naquele momento, enquanto o Pr. Evandro e sua esposa Juniana, mais o Bruno, saíam para as abordagens pessoais na frente da Casa do Rock, Deus ministrou aos nossos corações, através da parábola da centésima ovelha (Lucas 15.4), que talvez aquela nossa saída à noite tenha sido só para alcançar a vida do João Carlos, o que já valeria a pena. Cientes disso, intensificamos nossas orações por sua salvação.
Na terceira e última abordagem, lá pelas 23:00h, quando estávamos quase desistindo, Deus nos conferiu uma maior ousadia, mas com muito amor: “João Carlos, você quer saber mesmo o que significa o pecado imperdoável?... É o que você está fazendo essa noite inteira!” Ele se surpreendeu. “Você está sentindo o Espírito Santo te tocar, te atrair, e você coloca seu orgulho à frente. Você bloqueia seu coração à ação de Deus e se recusa a se arrepender. É justamente essa a blasfêmia que não tem perdão, já que sem arrependimento ninguém pode ser salvo. Você não quer renunciar o seu orgulho agora e clamar a Jesus para que Ele te salve?”
Ele disse, com a cabeça baixa: “Eu quero”. Então, eu o encorajei a, ali mesmo, na lanchonete, fazer uma oração espontânea de confissão e pedido de perdão, confessando a fé no Filho de Deus. Mas, antes, me ofereci para orar por ele. Pedi ao Pai Poderoso que naquele momento a sineta não tocasse, a fim de que João Carlos tivesse seu momento especial aos pés de Jesus.
O jovem orou silenciosamente por alguns instantes e depois levantou a cabeça, com os olhos lacrimejantes. E, com um sorriso, me disse: “Estou impressionado. Desde que, nessa última vez, começamos a conversar, a campainha não tocou mais, e agora não para de tocar de novo!”
Dei um abraço no João Carlos, entregando sua vida ao Senhor Jesus, sabendo que Aquele que o atraiu daquela forma tão especial o conservará na Sua santa presença.

*Seminarista com formação em Direito e membro da Primeira Igreja Batista de Cabo Frio
Fonte: http://fugadelaodiceia.blogspot.com/

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