quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Pr. Genilson Vaz, Presidente da Convenção Batista de São Paulo: "A eleição para cargos nas diretorias da nossa denominação, tanto nos estados como na CBB, não devem guardar semelhança com a politica secular!".

Com 58 anos de vida e 29 de ministério pastoral e no histórico de sua trajetória ter sido Presidente e Vice da Convenção Batista de Brasilia, Professor da Faculdade Teológica Batista de Brasilia, Membro e Vice-presidente da JMM/CBB, Presidente do Conselho de Educação Teológica da Convenção Batista do Estado de São Paulo e, atualmente, Presidente da Convenção Batista do Estado de São Paulo, uma das maiores, senão a maior, convenção batista estadual do Brasil, o advogado Genilson Vaz, atual pastor da Primeira Igreja Batista de Ribeirão Preto, se tornou uma referência quando se pensa em denominação batista no Brasil.

Testemunham todos os que se aproximam dele que seu entusiasmo e alegria são contagiantes e sua disposição em servir é notória. Outra de suas marcas é a hospitalidade e a visão missionária alcança desde os limites de atuação da Igreja local aos mais distantes lugares da terra.


MM Josenilda Vaz, Pr. Genilson Vaz,
Drª Alice Vaz e Dr. Leonardo Vaz
Uma de suas grandes alegrias é testemunhar sobre sua família composta da esposa Josenilda Vaz, é Ministra de Música (STBSB) e com formação em Publicidade & Propaganda e Psicologia. Os filhos, Leonardo Vaz (Advogado) e Alice Vaz (Dentista). Sobre sua família, sempre destaca: "É o meu maior patrimônio e riqueza maior em minha vida só a pessoa de Jesus".



Numa entrevista exclusiva ao nosso blog, sem rodear assuntos preocupantes, você conhecerá o que pensa o Presidente da Convenção Batista do Estado de São Paulo.

Que marcas seu ministério na PIB Ribeirão Preto deixa para o reino?

Todos sabemos que Deus concede ferramentas (dons) para serem usadas em nossos ministérios. Fazendo uma avaliação de mim mesmo, gosto de destacar 3 ferramentas:
A. Pregação: amo pregar, preguei pela primeira vez aos 16 anos, e nunca mais parei. Na PIB de Ribeirão Preto busco investir fortemente no ensino que se faz através do púlpito.
B. Família/casais: uma área onde dou forte ênfase, partindo do princípio que famílias  fortes constroem uma igreja forte.
C. Missões: nosso DNA batista é missões, que implica na proclamação e expansão do evangelho da graça salvadora. Neste tempo na PIB de Ribeirão Preto organizamos três novas igrejas, entregando-as com pastor de tempo integral e templo próprio. Atualmente temos 2 congregações em cidades vizinhas, e iniciamos no final de 2019 um PG’m em outra cidade próxima, onde está um casal residindo especificamente com este projeto.

O irmão assumiu a Presidência da CBESP há seis meses, aproximadamente. Que avaliação faz desse tempo como responsável maior na direção dos trabalhos?

Nossa convenção estadual, bem como todas as demais, passa por momentos de redefinição e direcionamento. Em Bauru, logo após assumir a oficialmente a presidência, fiz a seguinte afirmação: “Meu coração é de pastor, e pretendo presidir a convenção com coração e visão pastoral”.
Diria que o primeiro semestre de mandato desta diretoria foi dedicado a duas demandas importantes:
A. Ter a diretoria representando a Convenção em todos os eventos e programas, pois a presença é fator de unidade e agregação. Temos feito isto regularmente, quer seja em aniversário de igrejas, posse de pastores, reuniões de associações e sub-secções de ordens, etc. Ressalto que a geografia de SP é gigantesca, e por mais que nosso diretor executivo, Pr Adilson Santos atue de modo incansável em viagens, ele jamais conseguirá estar em tantos lugares e compromissos. 
B. Pacificar algumas áreas onde tínhamos alguns conflitos internos, e houve êxito nisto.


Quantas Igrejas estão arroladas e o que elas recebem da Convenção para alavancar seus projetos?

A Cbesp conta hoje com 1.283 igrejas, e cerca de 450 congregações. Dentre algumas ações especificas na busca de apoiar e ajudar igrejas do estado, destaco a mais recente, o Projeto Josué, cuja ênfase é ajudar pastores de pequenas igrejas. Em resumo, através dele, pastores de igrejas com poucos recursos participam de módulos de treinamento e reciclagem. Cada módulo acontece no nosso Acampamento Batista de Sumaré, com duração de 3 dias, nos quais os pastores selecionados fazem uma “imersão” em aulas e palestras, contando também com apoio para situações emocionais através de profissionais formados na área de psicologia. Dentro deste projeto, os pastores selecionados também recebem um salário mínimo por mês.

Um dos grandes clamores por parte da liderança denominacional é a recuperação do Plano Cooperativo. Em São Paulo, como estão lidando com a situação?

A perda de arrecadação em grande parte das nossas igrejas deve-se, ao meu ver, a dois fatores principais, nesta ordem:
A. Descrédito com os ideais denominacionais.
B. Crise na economia do país.
      No ano passado, o Conselho Geral da CBESP nomeou um GT para estudar esta questão e sugerir possibilidades. Por deferência da diretoria à época, fui feito relator deste GT. Após apurado estudo da realidade (CBESP), chegamos à conclusão que algumas causas motivam o afastamento de igrejas e pastores da participação financeira, das quais destaco 3:
A. Falta de informação regular das ações e projetos desenvolvidos;
B. Falta de melhor transparência na prestação de contas;
C. Falha na formação pastoral (o pastor é a chave para assumir ou afastar a igreja da participação financeira). As casas de formação pastoral não dão a devida ênfase.
Levantados os possíveis problemas pelo GT, nasceu a ideia da oferta cooperativa, ou seja, aquelas igrejas que não participam de jeito nenhum do chamado plano cooperativo passem a enviar uma oferta mensal, um valor a ser definido pela própria igreja, não necessariamente 10%. Veja um exemplo: pegue 500 igrejas que não contribuam de jeito nenhum, e que passem a enviar uma oferta de R$ 100,00 por mês. O resultado será de mais R$ 50.000,00 na receita da convenção, e assim por diante. E isto é apenas um exemplo; este cálculo pode ser bem superior. A grande tarefa é mostrar aos pastores esta possibilidade, lançando a eles o desafio de assumirem seu papel. Pessoalmente, tenho ido às dezenas de associações do nosso estado, e este tem sido nosso diálogo. E o resultado é que muitas igrejas já estão fazendo o que chamamos de “caminho de volta” na cooperação financeira.

Recentemente a CBESP enfrentou desafios financeiros, amargando déficit na gestão. Como está hoje a situação?

O diretor executivo, pastor Adilson Santos, ao receber o convite (desafio) de assumir a função foi informado da realidade financeira que a CBESP estava atravessando. Não vou citar valores, mas era assustador. Confiante na graça de Deus sobre sua vida, e com firme convicção de que deveria aceitar o desafio, pr Adilson revelou-se, nos primeiros dois anos de sua gestão um exímio e eficiente gestor. Buscou os que chamamos de “credores externos”, (empresas, etc), mostrando a cada um a realidade, mas também revelando que queria de fato “pagar a fatura”, conseguindo êxito com todos, saneando esta primeira demanda. Ao mesmo tempo, buscou nossos “credores internos” (associações, áreas, instituições, etc), e mostrando o quadro no qual estava a CBESP, humildemente pediu que as áreas que pudessem, estudassem o perdão daquilo que a Cbesp lhes devia (falta de repasses de verbas orçamentarias). De modo surpreendente, revelando que somos “um só corpo”, diversas das organizações perdoaram. Hoje estamos saneados, com alguns ajustes junto às áreas e instituições, mas em clima de paz e tranquilidade. Ressalto que em todo este processo árduo, pr Adilson contou com total apoio da diretoria à época, liderada pelo pastor Ramires, presidente .

Em julho deste ano, os batistas de todo o mundo estarão no Rio de Janeiro para a Assembleia da Aliança Batista Mundial. Os números recentes dão conta de menos de 400 inscritos, com menos de 100 brasileiros. Como explicar tamanho desinteresse para um evento tão importante?

Dentre diversos fatores, creio que alguns podem ser citados:
A. Falta de interesse pela vida denominacional: Isto pode ser constatado pelo desinteresse nas assembleias das convenções estaduais e da própria CBB, ou seja, o não entusiasmo com o congresso da ABM é mero reflexo do que já tem acontecido.
B. O valor da inscrição: por todos os cantos e recantos do ambiente denominacional, este tem sido o grande comentário. Não entro no mérito disto, não sei como se estabelece uma planilha de custo para este congresso.

Dentro de um ano os batistas brasileiros escolherão seu novo presidente para o próximo biênio. A CBESP é uma força e sempre apresentou nomes importantes no cenário batista brasileiro. O irmão se vê como possível presidente da CBB?

Sou nascido e criado no berço batista. Aprendi com meu falecido pai que a oração é o caminho para a busca da vontade de Deus.  Como pastor, ensino isto com firme convicção, por crer nesta verdade. Coloco isto para dizer como é difícil responder a esta pergunta. Sempre acreditei que a eleição para cargos nas diretorias da nossa denominação, tanto nos estados como na CBB não devem guardar semelhança com a politica secular. Sempre que são abertos os processos de indicação para diretorias, isto é precedido de um momento de oração, para que Deus seja o que conduza o que vai acontecer. Deus (e diversos líderes da Cbesp) são testemunhas do fato de que eu não queria ser indicado para a presidência da CBESP. Aqueles que me conhecem de perto sabem que estou sempre pronto a servir, independente de ter ou não ter cargo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário