sexta-feira, 8 de abril de 2011

Homenagem póstuma ao atirador de Realengo

Realengo faz parte da minha infância
De bicicleta, da Fundação à Marechal Hermes
Da Fundação à Ricardo, à Realengo, à Anchieta
Fundação é Deodoro, é Guadalupe, é sei lá.

Certamente todo o bulling que sofreu não justifica
Tanto ódio à escola
O lençol branco que reivindica ficou manchado de sangue
Do sangue inocente
Você matou famílias, cidade, estado, país.
Você conseguiu matar todos nós.

Poderia ter buscado tratamento
Poderia ser curado, mas, preferiu se vingar do desconhecido
E colocou as religiões no meio
Da sua fantasia macabra

Poderia ter ido à Mocidade conhecer as meninas
Ou surfar nos trens da Central
Ou capinar nos quartéis do Exército abandonados do seu bairro
Tantos escapes possíveis...
Ou se entregar de fato à Jesus, Nele existe vida plena, aqui e na esperança.

Quero ser enterrado ao lado da minha mãe...
Cara, você é muito doido, como exigir algo depois do que fez?
Você virou estrela, ganhou notoriedade no mundo inteiro
Mas, serviu pra que?

Minha homenagem póstuma, caro atirador
Vai no sentido que devemos respeitar mais as pessoas
Ninguém sabe o que vai dentro das pessoas
Os seus sentimentos, medos, alegrias, tristezas, prazeres

Caro atirador, seu ato de covardia e loucura
Só serviu para que pensemos também
Como respeitar mais as crianças
E sermos mais prudentes de como protegê-las e amá-las.

Vital Sousa

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