segunda-feira, 11 de abril de 2011


Poder e Perigo da Palavra
Por Robert D. Foster

Josiah Wedgwood, produtor da famosa cerâmica inglesa Wedgwood, estava mostrando sua fábrica a um aristocrata e um empregado, jovem adolescente, os acompanhava. A conversa do aristocrata com Wedgwood era irreverente e vulgar. De início o jovem mostrou-se chocado com o linguajar dele. Mas depois, o comportamento dele mudou, mostrando-se fascinado e rindo das piadas grosseiras do nobre visitante.

Wedgwood ficou aborrecido e profundamente aflito. Ao final do giro pela fábrica mostrou ao visitante um vaso de desenho incomparável. O aristocrata ficou fascinado pela forma elegante e rara beleza do objeto. Ao tentar apanhá-lo para examinar mais de perto, Wedgwood intencionalmente deixou-o cair no chão. A peça cara quebrou-se de forma irreparável em centenas de pedacinhos. Com um insulto o aristocrata gritou: “Eu queria esse vaso para minha coleção. Você o arruinou com sua falta de cuidado!” 

“Senhor”, Wedgwood respondeu, “outras coisas foram arruinadas hoje, muito mais preciosas do que esse vaso. O senhor jamais poderá devolver ao jovem que acaba de nos deixar, a reverência pelas coisas sagradas que seus pais tentaram lhe ensinar durante anos. O senhor desfez o esforço deles em menos de meia hora”. 

Como reagimos à linguagem das ruas, quando pessoas ao nosso redor usam termos baixos ou linguagem depreciativa para falar de outras? Poderíamos reagir julgando e recriminando, mas é duvidoso que isso possa exercer qualquer influência sobre os que usam essa forma de falar. Se fôssemos reagir, seríamos sábios respondendo de maneira similar à usada por Wedgwood, com gentileza, humildade e honestidade. 

Nossa resposta ao discurso profano e inaceitável não deve ser oportunidade para justificarmos a nós mesmos. Não sou capaz de dizer quantas vezes descobri o mesmo tipo de linguagem se levantar dentro de mim. Posso ter sido bem-sucedido em reprimi-la, mas de qualquer maneira o pensamento estava lá. A Bíblia nos adverte: “Portanto, aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair” (I Coríntios 10.12). Por este motivo, ao longo dos anos tenho tentado fazer que esta simples oração preceda minhas palavras: “Que as minhas palavras e os meus pensamentos sejam aceitáveis a Ti, ó Senhor Deus, minha rocha e meu defensor”(Salmos 19.14).

Certamente haverá ocasiões no trabalho ou no campo pessoal, em que as circunstâncias nos tentarão a proferir palavras que poderiam ofender e ferir outras pessoas. Seria sábio dar ouvidos à admoestação do apóstolo Paulo em Efésios 4.29: “Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam, para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem”.

Um amigo meu, Mart De Haan, sugeriu a seguinte oração: “Pai, perdoa-me por tomar o Teu nome em vão, mesmo que apenas no silêncio do meu próprio coração. Ajuda-nos a reconhecer a autoconfiança que nos leva a usar uma capacidade excelente, de maneira tão inferior e vulgar. Ajuda-nos a aprender com nossa irreverência, a ver nossa necessidade do Teu Espírito, de forma que venhamos a dizer: ‘Oh, meu Deus, que tudo que faço ou digo, não seja para minha própria satisfação e motivos egoístas, mas por amor a Cristo. Amém.’”

Questões Para Reflexão ou Discussão
1. Você tem a tendência de falar antes de pensar ou, como alguém disse, “engatar a marcha de sua boca, enquanto o cérebro ainda está em ponto morto”? Como podemos vencer esse hábito?

2. Existe o problema da linguagem áspera, irreverente ou imprópria no seu ambiente de trabalho? Você acha que há ocasiões em que a irreverência é desculpável ou mesmo útil?
3. Que acha da história do Sr. Wedgwood e sua reação ao modo rude de falar do aristocrata? Você acha que ele reagiu de modo apropriado?
4. Efésios 4.29, no Novo Testamento, afirma que devemos falar apenas "palavras boas, que ajudam os outros a crescer e façam bem aos que ouvem". O quanto isso é fácil ou difícil de alcançar, especialmente no decurso de um dia cheio de exigências de trabalho, estresse e frustrações?
Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Provérbios 4.24; 12.18; 13.3; 14.29; Colossenses 4.5-6; Tiago 3.1-12. 

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