terça-feira, 3 de abril de 2018

O JEJUM

Pr. Dinelcir de Souza Lima*

Nos dias atuais tem sido dada uma ênfase muito grande entre os chamados evangélicos a um comportamento religioso que se convencionou chamar de jejum. A prática tornou-se motivo de proclamações em púlpitos ou de palestras pessoais e de anúncios em grandes veículos de comunicação que incentivam e conclamam pessoas a dedicarem noites, dias, semanas ou metades de dias ao jejum, sempre sendo apontado como um excelente meio de crescimento espiritual, conquista de poder pessoal e benefícios divinos. Ultimamente tem sido divulgado até como se fosse eficiente para a salvação de povos e sociedades de um modo geral. Tornou-se comum encontrarmos pessoas se vangloriando de serem muito espirituais e, até mesmo mais espirituais que outras pessoas, por praticarem sistematicamente o jejum. A prática deste tipo de sacrifício pessoal se tornou quase que uma obrigação para quem deseja alcançar algum tipo de bênção.
No entanto, seria mesmo uma verdade bíblica que o jejum nos possibilita maior espiritualidade, que nos torna mais santos, ou que faz com que Deus ouça melhor nossas orações? Ficar sem ingerir alimentos daria ao servo de Cristo maior poder espiritual? Os cristãos deveriam incentivar tais costumes criando grandes movimentos de jejum nas igrejas? São questões que podem e precisam ser discutidas e esclarecidas à luz dos ensinamentos de Jesus, que é o autor da nossa salvação e o nosso Senhor, e à luz de todo o contexto bíblico.

A ORIGEM DO JEJUM NO ANTIGO TESTAMENTO
Quando Jesus disse “e quando jejuardes”, estava se dirigindo aos seus discípulos, que eram judeus, e estava se referindo a um costume daquele povo que já vinha sendo praticado durante muitos séculos. Não estava ordenando que jejuassem mas estava regulamentando um costume que estava sendo praticado de maneira errada, considerando-se a origem do jejum entre os judeus.
Nas páginas do Velho Testamento não vamos encontrar o jejum com sentido principal de sacrifício pessoal, de penitência. O que vamos encontrar é uma ordem de Deus (e somente uma) para que o povo afligisse a alma  em apenas um determinado dia do ano, estabelecido pelo próprio Deus, o da expiação (Lv 16.29,30). A expressão hebraica usada para designar uma atitude que levava ao jejum era `anah nephesh, que significa literalmente afligir a alma (como exemplo ver Salmos 35.13; 69.10).
Na comemoração anual do dia da expiação (Lv 16.29,31; 23.27-32; Nm 29.7), um sacerdote administrava um sacrifício com sentido de expiação pelo povo, para purificação dos pecados. A aflição da alma seria exteriorizada pela não ingestão de alimentos (jejum em hebraico é tsowm, que significa ficar sem comer) e seria a manifestação de profunda tristeza pelo pecado de cada um e também pelo sacrifício do Cordeiro, porquanto o dia da expiação era o dia em que se praticava um sacrifício que simbolizava o sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus, que haveria de vir como o Messias. Ou seja, ficar sem comer não era um ato religioso em si, porém a conseqüência de um sentimento de profundo pesar pelo sacrifício do Cordeiro e, conseqüentemente, por causa dos próprios pecados.

Pr. Dinelcir de Souza Lima
A INTRODUÇÃO DO JEJUM ENTRE O POVO DE ISRAEL COMO PRÁTICA RELIGIOSA
Até o nono século antes de Cristo o povo de Israel não praticava o jejum como ato religioso. Somente guardava o dia da expiação e, conseqüentemente, manifestava aflição da alma ficando sem alimentação e sem a prática de qualquer tipo de atividade (Nm 29.7).
O primeiro jejum que foi praticado como ato religioso, registrado nas páginas do Antigo Testamento, aconteceu no reinado de Acabe, no reino do Norte, por determinação de sua esposa gentia, pagã, idólatra, inimiga dos profetas de Deus, Jezabel. Diante da sua obstinação em tomar a vinha de Nabote para para que Acabe a pudesse possuir, Jezabel ordenou que fosse proclamado um jejum nacional sob a alegação mentirosa de que Nabote havia blasfemado contra Deus, ordenando que fosse apedrejado depois de ter sido acusado falsamente por dois filhos de Belial (1Rs 21.1-16). Ou seja, a terrível Jezabel foi quem convocou o primeiro jejum do povo de Israel, interligando-o com o nome de Deus como se estivesse praticando um ato de justiça divina, mas que era, na realidade, uma manifestação pecaminosa da sua malignidade.

OUTRAS COMEMORAÇÕES SISTEMÁTICAS DO JEJUM NO ANTIGO TESTAMENTO
Com o mesmo sentido de manifestação da aflição da alma, de profundo entristecimento, o povo judeu (do reino do Sul) passou depois a comemorar permanentemente, por conta própria e sem qualquer mandamento da parte de Deus ou conotação religiosa, mais quatro datas que recordavam quatro calamidades e que lhes causavam profundo sentimento de tristeza. Eram as seguintes datas e os seguintes fatos:

1. No décimo dia do décimo mês do ano
Comemoravam com muito pesar o dia em que o rei da Babilônia, Nabucodonozor, iniciou o cerco contra a cidade de Jerusalém (2Rs 25.1), com a finalidade de derrotar o povo judeu e leva-lo cativo. Para eles representava o início do sofrimento do cativeiro.

2. No nono dia do quarto mês do ano
Dia em que a cidade de Jerusalém foi finalmente tomada por Nabucodonozor (Jr 52.6-11). Se o cerco à cidade fora de muito sofrimento, mais ainda quando o rei da babilônia entrou na cidade, matou a muitos e cegou o rei Zedequias que lhes era muito querido.

3. No sétimo dia do quinto mês do ano
Dia em que foi destruído o templo de Jerusalém pelos babilônicos, comandados pelo rei Nabucodonozor (2Reis 25.8-10).

4. Em um dia não necessariamente determinado, do sétimo mês do ano
Dia em que Gedalias, que fora constituído governador sobre Judá por Nabucodonozor, foi assassinado por outro judeu chamado Ismael (2Rs 25.25; Jr 41.1,2)
Fora essas comemorações regulares de jejum no Velho Testamento, ainda encontramos narrativas de outras comemorações esporádicas (2Cr 20.3; Ed 8.21; Ne 9.1; Es 4.3; Dn 6.18; Jn 3.5), que sempre eram realizadas como manifestação de profundo pesar e aflição da alma, nunca como atos religiosos de santificação e busca de algum tipo de poder.

CARACTERÍSTICAS DO JEJUM (AFLIÇÃO DA ALMA) PRATICADO NO ANTIGO TESTAMENTO
Analisando estes exemplos de jejum no Antigo Testamento podemos concluir que era uma manifestação de aflição com as seguintes características:

1. O jejum era ser realizado espontaneamente como manifestação de tristeza (Jz 20.26; 2Sm 12.22)
Todo um exército entristeceu-se por uma derrota e manifestou sua tristeza jejuando ; um pai jejuou por entristecer-se com a enfermidade do filho.

2. O jejum podia expressar entristecimento pelo pecado e arrependimento (1Sm 7.6; 1Rs 21.27; Ne 9.1,2)
Estes exemplos se encaixam no sentimento que deveria prevalecer no dia a expiação, quando deveria existir o reconhecimento do pecado e o arrependimento.

3. O jejum expressava extrema dependência de Deus (2Sm 12.16-22)
O jejum não era praticado como elemento eficaz para conferir poder a uma coletividade, nem tampouco, de poder pessoal. Pelo contrário, quem manifestava seu entristecimento através do jejum, manifestava também a sua dependência de Deus (ver também Juízes 20.26).

DEUS CONDENOU O JEJUM PRATICADO COMO ATO RELIGIOSO
Um ato religioso sempre tem como objetivo fazer uma ligação entre o homem e a divindade. Deus sempre buscou o homem e o homem sempre desejou ter algum tipo de comunicação com Deus. Povos sem a crença no Deus único e verdadeiro têm as suas crenças em divindades imaginadas por homens e buscam, através de atos religiosos, uma ligação com suas divindades imaginárias. Quase sempre buscam esta ligação através de sacrifícios pessoais ou de outrem. O jejum é comum na maioria absoluta das manifestações religiosas de povos pagãos como ato de aperfeiçoamento espiritual que possibilitaria o contato com a divindade. O povo de Deus se deixou influenciar pelos costumes de povos pagãos e entrou por caminhos do paganismo, inclusive observando jejuns com a finalidade de fazer com que Deus atendesse às suas necessidades.
As palavras do profeta Isaías (Is 58.3-8) declaram que no seu tempo o povo judeu ainda preservava o conceito do jejum como manifestação de aflição da alma, mas que já praticava o jejum conforme seus próprios interesses (jejuavam e achavam seus próprios contentamentos) e que já praticavam o jejum com a finalidade de forçar uma ação divina segundo seus interesses pessoais (v.3). O jejum já dava margem para contendas e debates, e já dava margem para atos de impiedade, como se fosse veículo eficiente para fazer ouvir a voz diante de Deus (v. 4).
Deus não estabelecera a aflição da alma com nenhum destes propósitos e toda aquela prática era rejeitada por ele (v. 5). O que desejava para o seu povo não eram práticas que o obrigassem a agir, mas que o seu povo se libertasse da impiedade e de todo o jugo, e que praticasse o amor ao irmão pertencente ao mesmo povo de Deus (v. 6,7). O jejum, para Deus, não era simplesmente ficar sem comer, mas fazia parte de toda uma situação espiritual que deveria ser sincera para com Deus e para com o semelhante.

O JEJUM NO NOVO TESTAMENTO
Quando Jesus veio ao mundo, a prática de jejum já estava completamente desvirtuada. Tornara-se uma prática religiosa com um objetivo em si própria, deixando de ser conseqüência de sentimento de entristecimento. Tornara-se uma exigência que, dentro do contexto religioso estabelecido pelos líderes judeus, adquirira um sentido de purificação religiosa, de aperfeiçoamento espiritual e, até mesmo, tornara-se um elemento de exibicionismo pessoal. Foi dentro deste contexto que o Senhor Jesus instruiu seus discípulos a respeito do jejum.
Apesar de ser um costume entre os judeus, não encontramos no Novo Testamento qualquer ordem deixada por Jesus ou seus apóstolos para a prática do jejum. O que encontramos são referências à prática do jejum, como um costume que foi imposto pelos líderes judeus ao povo, de jejuarem no segundo e quinto dias da semana, e referências, também, a jejuns voluntários e individuais (Lc 2.37; Mt 4.1,2; 2Co 11.27) ou a jejuns coletivos (At 13.2; 14.23), mas nunca ordens de Jesus ou seus apóstolos para que os crentes em Cristo jejuassem.

OS ENSINAMENTOS DE JESUS A RESPEITO DO JEJUM
Há algumas palavras proferidas por Jesus quando estava repreendendo seus discípulos por não terem conseguido expulsar uma legião de demônios de uma pessoa, que é sempre utilizada por quem defende a ideia de que Jesus ordenou que o jejum fosse praticado por seus discípulos (Mt 17.21). No entanto, o leitor atencioso e bem intencionado observará que Jesus não estava ordenando a prática do jejum (até mesmo porque se ordenasse teria que definir que casta de demônios era aquela), mas estava apenas fazendo uma declaração específica, diretamente relacionada com aqueles a acontecimentos, em que seus discípulos tentaram expulsar os demônios apenas por disputa de poder com os fariseus (Mr 9.14-18). Uma disputa que demonstrava que os discípulos confiavam em si próprios, talvez por serem discípulos de Jesus.

A declaração de Jesus (não uma ordenança ou um ensinamento), de que aquela casta de demônios só poderia ser expulsa com oração e jejum (é importante observar a seqüência declarada por Jesus) deveu-se exatamente ao fato de os seus discípulos serem homens de pouca fé (Mt 16.20) e de não agir em favor da libertação do rapaz, movidos por um sentimento de tristeza. Para expulsarem os demônios precisavam ter fé em Deus, confiando somente nele - e a oração é a maior manifestação de confiança em Deus (Mt 6.6 e Hb 11.1), e precisavam estar profundamente entristecidos com a situação espiritual e física do rapaz, que era de terrível aprisionamento às trevas. O jejum, no pensamento de Jesus, era conseqüência de profunda tristeza, exatamente como Deus estabelecera no Antigo Testamento. Jesus não pensava como os líderes judeus ou o como o povo judeu pois eles eram marcados por costumes religiosos copiados do paganismo, como vimos anteriormente. Também não pensava como os “cristãos” pensam hoje a respeito do jejum, também marcados por costumes de religiões pagãs. Ele pensava como o Filho de Deus, como o próprio Deus que estabelecera o dia da expiação para o seu povo. Ele manifestou este pensamento quando foi procurado por discípulos de João Batista e, diante da indagação sobre qual seria o motivo de seus discípulos não praticarem o jejum, respondeu com uma alegoria, dizendo que os convidados para uma festa de casamento não poderiam ficar tristes enquanto o noivo estivesse com eles, mas que haveria o tempo em que o noivo lhes seria tirado e que, então, jejuariam (Mt 9.14,15). Observe-se como ele interligou a tristeza ao jejum. Que dúvida pode haver quanto ao fato de que Jesus, ao se referir ao jejum, se referia a entristecimento?

Na realidade, quando Jesus disse que aquela casta de demônios só poderia ser expulsa com oração e jejum, estava dizendo que só seria expulsa se eles tivessem fé em Deus e que a fé fosse manifestada através de oração com profundo amor ao semelhante. Amor que levasse a profunda aflição da alma por causa da situação do rapaz.

É certo, então, que não podemos utilizar este episódio do ministério de Jesus para afirmarmos que ele mandou que seus discípulos jejuassem. Então, o que Jesus realmente ensinou a respeito do jejum? 

Para compreendermos seus ensinamentos no Sermão do Monte precisamos nos reportar novamente ao texto de Mateus 9.14-17 e observarmos que Jesus, sendo o Filho de Deus, fora enviado como quem participara do estabelecimento do Antigo Concerto em que fora estabelecido o Dia da Expiação, e que fora enviado para estabelecer o Novo Concerto, com o seu sacrifício pessoal, representado no Dia da Expiação com o sacrifício de um cordeiro. Ou seja, em sua mente estava a aflição da alma por causa do Dia da Expiação simbólico do Antigo Testamento e a aflição da alma dos seus discípulos no Dia da Expiação real, o do seu próprio sacrifício, no Novo Testamento.

Quanto ao Novo Testamento ele sabia que a tristeza dos seus discípulos aconteceria no momento em que fosse tirado do meio deles para ser crucificado. Mas, certamente sabia que poderiam alegrar-se novamente por causa da sua ressurreição. Certamente que não caberia a aflição da alma para os seus discípulos, ao longo do período do Novo Concerto por causa da morte do Cordeiro de Deus, pois Ele ressuscitou e seu sacrifício nunca mais se repetirá. Também não caberia a aflição da alma pela ausência do Filho de Deus, pois ele prometeu que estaria com seus discípulos “todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20). O jejum, a aflição da alma, fazia parte do Antigo Concerto (tecido velho e odre velho) e não poderia fazer parte do Novo Concerto (tecido novo e odre novo). A aflição da alma era conseqüência de diversos atos de sacrifício que se repetiam no Antigo Concerto e aconteceria somente uma vez, como conseqüência de um único sacrifício no Novo Concerto. O vinho novo era o sacrifício definitivo do Filho de Deus e este sacrifício, como ato realizado, histórico, nunca poderia fazer parte do Antigo Concerto. Quem tentar fazer assim estará deteriorando, para si, o sacrifício de Jesus Cristo.

Sendo assim, podemos dizer que, mediante os ensinamentos de Jesus posteriores ao Sermão do Monte, é certo que ele não pensava no jejum como uma prática religiosa para conferir poder, santidade ou capacitação espiritual aos seus discípulos; que seus discípulos que andaram como ele e aprenderam diretamente dele, não jejuavam (Mt 9.14); e que ele nunca requereu ou requereria dos seus discípulos a prática do jejum, mesmo como aflição da alma. Esta é a nossa base para analisarmos o que Jesus ensinou no Sermão do Monte a respeito do jejum.

OS ENSINAMENTOS DE JESUS A RESPEITO DO JEJUM NO SERMÃO DO MONTE
Primeiramente precisamos observar que Jesus estava ensinando a respeito do jejum aos seus discípulos, que eram judeus. Como não poderia deixar de ser, Jesus considerou que seus ouvintes praticavam o jejum por serem judeus e por estarem, ainda, no período do Antigo Testamento. O Novo Testamento só seria estabelecido quando ele fosse crucificado, derramando o seu sangue, abrindo caminho a todos os que cressem nele para entrar na presença de Deus. Até lá, o dia da Expiação deveria ser observado por seus discípulos e, também, a aflição da alma. Sendo assim, tratou de esclarecer o assunto, tirando as tradições e as tendências humanas de suas mentes, restabelecendo o verdadeiro significado do jejum.

1. O jejum não deveria ser um ato superficial e hipócrita – Mt 6.16; Lc 18.9-41
Não deveria ser praticado conforme o modelo dos líderes judeus que gostavam que todos vissem que jejuavam, que fingiam tristeza através de uma aparência forçada, que gostavam de serem vistos como pessoas muito espirituais. O jejum deveria ter o seu sentido original de dependência de Deus, de humilhação perante ele, de aflição da alma e não ser praticado como um ato para o engrandecimento pessoal, de exaltação da religiosidade, ou para forçar Deus a agir em benefício de quem praticava este tipo de penitência.

2. O jejum deveria ser um ato individual e oculto – Mt 6.17,18
Deveria ser uma atitude interior, somente no coração do indivíduo. A expressão “unge a tua cabeça e lava o teu rosto” representa: penteia o teu cabelo e não fiques com o rosto desfigurado, de sofrimento. Jesus foi enfático em dizer: “para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai que está em oculto.” A tristeza pelo próprio pecado, pelo sacrifício de um ser inocente sem pecados, deveria ser algo real no coração do homem temente a Deus, que certamente veria o coração do seu servo.

A conclusão a que chegamos é que o jejum como ritual religioso com a finalidade de aquisição de poder, ou de santificação, ou de purificação espiritual, é um tipo de sacrifício pessoal que não é bíblico. É uma prática penitencial de muitas outras religiões, como por exemplo, do induísmo, do budismo, do jainismo, do catolicismo etc, e que sempre visam a purificação do espírito ou a conquista da salvação, e que não deve ser imitada pelo discípulo de Jesus Cristo, sob pena de substituir a confiança em Deus e, conseqüentemente, a dependência a ele através da oração e confiança na sua Palavra, por uma confiança em atos pessoais que nem mesmo dependem de fé, mas apenas de um esforço pessoal em cumprir determinados sacrifícios.

Jesus já foi sacrificado. Entregou-se por todos quantos crerem nele como Salvador, em um sacrifício só e que foi bastante e suficiente para nos purificar de todo o pecado. Um sacrifício que foi perfeito e, por isso, eficiente para nos conceder a vida eterna e um sacrifício que foi eficiente para nos trazer comunhão com Deus, o Pai. Ele prometeu que estaria conosco todos os dias, até o final dos tempos. Se ficarmos a jejuar, estaremos substituindo o sacrifício de Jesus por sacrifícios pessoais e estaremos indiferentes à sua presença em nossas vidas. Presença que nos concede a paz perfeita e a alegria da salvação.

*Dinelcir Souza Lima é Pastor Presidente da Igreja Batista Memorial de Bangu, Rio de Janeiro. É Diretor da EDIÇÕES VIDA EM CRISTO, Teólogo, Palestrante e Escritor,

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