segunda-feira, 27 de junho de 2011

Depósitos e Saques


Por Robert J. Tamasy

Receitas e despesas. Créditos e débitos. Ativos e passivos. Depósitos e saques. Esses termos são usados no mundo profissional e empresarial para medir o que comumente chamamos de “lucros ou perdas”. Se você puder manter seus rendimentos acima de suas despesas, acumular mais créditos do que débitos e deter mais ativos do que passivos, seu negócio provavelmente estará em grande forma. 

Depósitos e saques são terminologia bancária, mas também podem ser usadas em termos de relacionamentos, no lar ou no ambiente de trabalho. Todos temos o que os psicólogos chamam de “depósito emocional”, e quando esse “depósito” fica cheio, nos sentimos satisfeitos e confortáveis; quando fica vazio, nos sentimos insatisfeitos e estressados. 

Existem inúmeras maneiras de fazer depósitos no celeiro emocional de outra pessoa, tal como oferecer tempo e atenção. Às vezes um toque carinhoso e adequado pode também ajudar. Mas um dos melhores métodos para se encher o depósito emocional de outra pessoa se dá através do uso oportuno e cuidadoso das palavras. Por outro lado, palavras fora de hora e descuidadas podem diminuir os suprimentos emocionais com a mesma facilidade. 

Lembro-me de ter tido chefes que faziam as duas coisas. Um era habilidoso para me encorajar, especialmente quando eu tinha deixado de satisfazer as suas ou as minhas expectativas. Ele sempre tinha um jeito de me assegurar, “Você se sairá melhor na próxima vez”.  O outro, porém, raramente tinha algo positivo para me dizer. “Se você não quiser ser repreendido por mim, assuma para que tudo esteja satisfatório”, ele me disse certa vez. O problema é que eu sempre era repreendido por ele, quer as coisas estivessem ou não “satisfatórias”. 

A necessidade de apoio emocional e de afirmação difere de pessoa para pessoa, mas todos nós apreciamos palavras positivas de tempos em tempos, já que enfrentamos as negativas diariamente. Em outros Manás discutimos o poder e o impacto da língua – prós e contra – e é útil revisitar periodicamente esse aspecto nos relacionamentos de trabalho. Em especial, considere a percepção que nos é dada pelo atemporal “manual de negócios” – a Bíblia: 

Edificar e não demolir. Sob pressão, sempre é mais fácil acusar do que aprovar. Porém, a marca dos grandes líderes é a capacidade de desenvolver e edificar aqueles que se reportam a eles, equipando-os para desafios ainda maiores. Para obter êxito nisso, precisamos aprender a “flagrar alguém fazendo alguma coisa certa”. “Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam, para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem” (Efésios 4.29).

Se esforce para encorajar e não desanimar. Anos atrás quando estava sendo considerado para um trabalho numa organização sem fins lucrativos, eu era relativamente um aprendiz. Faltavam-me experiências valiosas, mas as pessoas que entrevistavam os candidatos viram em mim um “diamante bruto”, alguém em cujo potencial valia a pena investir. Quando fui contratado meus superiores me orientaram e ensinaram a partir desta perspectiva, e no devido tempo se sentiram recompensados em sua confiança. “O que você diz pode salvar ou destruir uma vida;  portanto, use bem as suas palavras e você será recompensado” (Provérbios 18.21). 

Responda com gentileza e não com ira. Quando enfrentamos prazos fatais ou as dificuldades normais de um dia de trabalho, podemos sem pensar falar de forma áspera e prejudicial para outras pessoas. Porém, exercitando paciência e compaixão, podemos transformar uma situação tensa em um momento de aprendizado positivo. “A resposta delicada acalma o furor, mas a palavra dura aumenta a raiva” (Provérbios 15.1). 

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