terça-feira, 21 de junho de 2011

Do blog http://fugadelaodiceia.blogspot.com/

HOMOFOBIA [SEM ÓDIO]: 

QUESTÃO DE AÇÃO E REAÇÃO*

No dia seguinte à decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu a união homoafetiva, encontrei sobre a minha mesa de trabalho o seguinte bilhete: “Como pastor [ainda estou no 3º ano do seminário teológico] e jurista V. Sª. tem que cumprir a decisão do STF e futuramente abençoar o matrimônio gay em sua congregação”.
Brincadeira à parte, percebi que havia ali uma pitada de provocação em razão das minhas firmes posições sobre o assunto, o que me levou à seguinte resposta escrita, veiculada a todos os meus colegas advogados:  

“Se alguém pensa que a minha lista de condutas que entendo ser pecaminosas é exacerbada, que use sua liberdade de consciência e crença para criar outra para si.
Não me sinto ofendido de alguém entender que a minha intransigência sobre determinados assuntos pode ser um pecado em si mesmo. É direito de qualquer pessoa ser intransigente com relação à minha intransigência.
Apenas não consigo aceitar que o Estado ou quem quer que seja tente violar minha liberdade de consciência e crença, nem tente me forçar a abençoar uma situação que entendo, à luz dessa liberdade, que Deus não abençoa.
Que cada um se sinta livre para fazer seus próprios juízos sobre o caráter da divindade e para criticar qualquer conduta que entenda ser pecaminosa (a exemplo da minha intransigência).
Da mesma forma, sintam-se livres para organizar suas próprias igrejas e, uma vez feito isso, abençoem-se entre si como quiserem.
Só espero que ninguém venha até a minha congregação para torturar minha liberdade de consciência e crença só porque cismou em ser abençoado por mim”.

Meditando sobre o ocorrido em meu ambiente de trabalho, concluo que o que se notabilizou como “homofobia” [ou seja, aversão à homossexualidade] nada mais é do que uma reação conservadora à declaração de guerra feita pela militância gay, reação essa que de modo algum deve ser interpretada como "ato de ódio", mas, sim, como uma defesa proporcional e legítima.
É uma bandeira levantada contra outra bandeira. Um grito para revidar outro grito. 
Não era para ser assim. Enquanto os homossexuais eram discretos [e muitos continuam deste modo], havia convívio pacífico. Eles tinham personalidade para se impor ao estilo “ninguém-tem-nada-a-ver-com-a-minha-vida” e, em contrapartida, raramente se via um pastor usando o púlpito para pregar contra a homossexualidade. Não era necessário: havia paz, eles lá e nós cá.
Essa trégua não era muito diferente com relação a outras subculturas [sem qualquer tom pejorativo], como os hippies, os tatuados, os roqueiros, ou quem mais que optasse por um estilo de comportamento contrário aos padrões conservadores. Interessante que nunca se falou em hippiefobia¸ tatufobia ou rockfobia, pelo menos nunca se deu a esses assuntos o mesmo ibope que hoje se dá à chamada homofobia. É que os citados grupos preferem levar a vida à margem dos padrões, e é talvez nesse viés de contracultura que vêem a beleza de suas escolhas.
Mas esse cenário não satisfaz a militância gayzista, que, cheia de siglas e histeria, quer porque quer impor a aceitação da homossexualidade a qualquer custo. Para esse grupo, não basta ter o respeito, tem que ter o apoio. E, se dependesse deles, os pastores evangélicos deveriam ser obrigados a aplaudir quando os travestis expõem suas bizarrices em público nas passeatas de orgulho gay.
Foi a militância gayzista que declarou guerra contra a igreja, não o contrário. E essa guerra foi declarada no momento em que se começou a apregoar que a Bíblia é homofóbica, e que, portanto, deve ser destruídas ou interpretada de modo que acolha a sodomia; que as igrejas que não realizam casamentos gays são homofóbicas, logo, são nocivas à sociedade; e que os pastores que pregam contra o pecado da homossexualidade são homofóbicos, logo, devem ser calados e criminalizados.
Não é à toa que, sofrendo ataques de todos os lados, a igreja tenha reagido, ainda que não na mesma força com que está sendo golpeada. De fato, a pregação só se tornou mais pública e efusiva contra a homossexualidade a partir do instante em que se fez necessário oferecer o devido contra-ataque à militância gayzista.
E, mesmo nesse contra-ataque da igreja, não se visualiza qualquer elemento de ódio contra os homossexuais. Com razão, não há a mínima prova de que a exposição bíblica contra a homossexualidade incite violência contra os homossexuais. O ônus da prova deixou de ser de quem alega?
Na falta dessa prova, sobra apenas a frágil acusação de que se a igreja não apóia a homossexualidade é porque odeia os gays. É o mesmo que um rapaz dizer para uma jovem: “porque você não quer namorar comigo, isso significa que me odeia”. É ridículo! Não apoiar está longe de odiar; mas, para a militância, são a mesma coisa. Isso explica sua indignação contra quem não concorda com a homossexualidade. Na verdade, eles odeiam quem não lhes elogia quando têm orgulho de serem sodomizados.  
No exemplo inicial ocorrido no meu trabalho, meu colega simplesmente não consegue aceitar que eu não queira, por livre consciência e crença, abençoar o casamento gay. O resultado disso é uma velada indignação contra mim!
Pelo visto, ele representa bem a militância gayzista. Na mente dessas pessoas, eu devo ser um agente de ódio homofóbico, assim como todos os pastores e líderes que insistem em não apoiar a homossexualidade. Mas, não seria o contrário? Não seria a militância que estaria odiando o fato de que nós não a apoiemos? Qual o problema? Os gayzistas não conseguem conviver com as diferenças?
Seria muito simples a militância gayzista acabar com isso que chama de homofobia. É só baixar a bandeira de guerra contra os cristãos conservadores. A igreja seguiria não apoiando a homossexualidade e a homossexualidade seguiria não apoiando a igreja [quem disse que precisamos de apoio de quem quer que seja, exceto de Deus?]. Ninguém prende ninguém e ninguém cala a boca de ninguém, como sempre foi.
Mas enquanto houver ação, podem esperar a devida reação.
*Artigo escrito pelo Dr. Diogo de Carvalho

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