terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Acadêmico doa um terço da renda e pede que outros sigam exemplo*

Campanha do australiano Toby Ord pede que pessoas doem pelo menos 10% dos rendimentos para caridade.
Um acadêmico australiano doa cerca de um terço de todos os seus rendimentos como parte de uma campanha para que outras pessoas sigam seu exemplo e contribuam mais com instituições de caridade.
Toby Ord, de 31 anos, doou em 2009 10 mil libras (R$ 27 mil) das 25,3 mil libras (cerca de R$ 68 mil) que recebeu de seu empregador, a faculdade de Balliol - integrante da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha.
Além disto, o acadêmico também doou 15 mil libras (R$ 38 mil) de suas economias. O seu objetivo é doar pelo menos 1 milhão de libras (R$ 2,7 milhão) durante sua vida.
Ele deu início a uma campanha chamada 'Giving What We Can' (Dando o que Nós Podemos, em inglês), na qual pede que cada participante doe pelo menos 10% de suas rendas anuais para caridade.
Um ano depois de ser lançada, a campanha já conseguiu 64 seguidores, com uma arrecadação prevista de 14 milhões de libras (R$ 37,8 milhões).
'Quando eu ganhava 14 mil libras por ano como estudante, descobri que estava entre os 4% de pessoas mais ricas do mundo', disse Ord à BBC.
'Doando 10% disto, vi que eu ainda estaria entre os 5% mais ricos. Assim, enquanto parece impossível viver com menos do que isso, se o seu empregador está disposto a pagar menos do que isso, você ainda assim consegue se virar'.

Vida modesta
Com o orçamento limitado pelas doações, Ord e sua mulher, a médica Bernadette Young, vivem em um apartamento de um quarto no centro de Oxford, alugado pela faculdade Balliol.
O repórter da BBC News Magazine Tom Geoghegan afirma que, embora o exterior da casa do casal seja belo e imponente, o interior tem uma decoração modesta, com poucos móveis.
O apartamento não tem aparelho de TV (por opção de Ord), mas é repleto de livros e DVDs. O único luxo aparente são dois computadores MacIntosh. Além disto, o acadêmico também tem um IPhone, que usa para trabalhar.
Das pouco mais de 2 mil libras (R$ 5,4 mil) que Ord ganha por mês como salário bruto, ele gasta 334 com despesas gerais, 416 com aluguel, economiza 500 e doa mais de 800 para a caridade.
O australiano diz que janta fora de casa uma vez a cada 15 dias. Já para um simples café, ele sai apenas uma vez por semana.
'O que é realmente importante nas nossas vidas é passar tempo juntos, conversar com os nossos melhores amigos, ler belos livros e ouvir belas músicas', diz Ord.
'Nós temos muita sorte de viver em um belo lugar, com várias atividades culturais estimulantes à nossa volta. Com tudo isso, não se pode pedir muito mais.'

Programas de caridade
Ord doa seu dinheiro para um programa de controle da esquistossomose e para uma campanha em favor do combate à tuberculose na África e no sul da Ásia.
'Algumas pessoas acham que o mais importante é ajudar as pessoas que estão na pior situação. Eu acho que nem sempre é este o caso. O que é realmente importante é ajudar as pessoas na medida do possível', diz o acadêmico.
'Muitas vezes as pessoas em pior situação são as mais fáceis de ajudar, mas nem sempre.'

Fonte: O Glob on line, http://g1.globo.com

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