sábado, 28 de maio de 2011

Falso coronel: sindicância terminou com punição leve para sete oficiais da PM

Carlos da Cruz Sampaio Júnior Foto: Fabiano Rocha / Extra

Guto Seabra e Giampaolo Braga
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Com a falsa patente de tenente-coronel do Exército, Carlos da Cruz Sampaio Junior bateu ponto na Secretaria estadual de Segurança, usou veículos oficiais, armas e coletes à prova de bala e planejou o patrulhamento de vários batalhões da PM. O maremoto causado pelo coronel Caô, porém, virou uma marolinha na hora de punir os sete oficiais superiores da Polícia Militar que abriram as portas de suas unidades para Sampaio — e a onda nem atingiu a cúpula da segurança pública. Após seis meses de investigações, a corporação publicou no boletim reservado do último dia 18 o resultado das sindicâncias: as transgressões foram consideradas leves. Quanto às punições, apenas repreensões.
Foram repreendidos os coronéis Marcos Alves dos Santos, Cezar Augusto Tanner de Lima Alves, Weber Guttemberg Collyer e Álvaro Sérgio Alves de Moura, os tenentes-coronéis João Silvestre de Araújo e Gilberto Fernando de Chagas e o capitão Thiago Leôncio Souza Araújo. O Comando-Geral da PM não comentará as punições. A mesma linha, com algumas variações, foi seguida pelos oficiais.
— A minha vida pessoal e profissional não é da sua conta, nem de ninguém — irritou-se Silvestre.
Carlos da Cruz Sampaio Junior durante uma operação da PM
Carlos da Cruz Sampaio Junior durante uma operação da PM Foto: Divulgação
Ele foi punido por ter permitido, quando comandava o 17º BPM (Ilha), que Sampaio participasse do planejamento de policiamento e tivesse acesso a armas. Mesmos motivos para punir os coronéis Marcos Alves, ex-comandante do 27º BPM (Santa Cruz), e Tanner, que comandou o 1º BPM (Estácio).
— Não quero falar sobre isso — alegou Tanner.
Do 3º BPM (Méier), o coronel Caô usou uma arma entre 26 de julho e 9 de agosto de 2010, fato permitido pelo coronel Moura.
— Não falo disso — limitou-se a dizer o oficial.
A conversa fácil de Sampaio também convenceu, no 4º BPM (São Cristóvão), o tenente-coronel Gilberto Chagas a persuadir o então comandante Weber a deixar um colete à prova de bala com o falso oficial. No 13º BPM (Praça Tiradentes), o capitão Thiago foi repreendido por deixar armamento com Sampaio. O EXTRA não conseguiu encontrar os três para que comentassem o fato.

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