sexta-feira, 13 de maio de 2011

É longo, mas vale a pena!

Maio é o nosso mês!
Tudo começou no dia 01 de maio de 1999, quando dois jovens ficaram conversando durante um passeio de Dia da Família da igreja.
Em 07 de maio de 1999, o jovem convidou a jovem para um passeio. Em 09 de maio, dia das mães, a pediu em namoro, 17 de novembro de 2000 noivaram e, em 24 de novembro de 2001, uniram-se em matrimônio.
Alguns anos após o casamento, decidiram que a família já poderia aumentar, embora a casa não tivesse estrutura ainda para uma criança. Então a jovem parou de tomar o remédio que teoricamente a impedia de engravidar.
Os anos foram se passando e a gravidez não vinha. Resolveram pesquisar o que estaria acontecendo. Foram idas a médicos e vários exames realizados. A descoberta foi nada. Nada havia de errado, nada que impedisse a tão sonhada gravidez. Nem mesmo SOP (Síndrome do Ovário Policístico), que atinge um grande percentual de mulheres e dificulta a gravidez por provocar irregularidade no ciclo menstrual. Mas a gravidez não “vinha”.
E o tempo ia passando, e as pessoas perguntando, afinal, vivemos em uma sociedade regida por cobranças do tipo “Noivou?! Vai casar quando?” “Casou?! E o filho?!”... E toda vez que perguntavam, a jovem se fazia de forte com respostas do tipo “Não quero filhos agora”, “Quem sabe a hora sou eu e meu marido”, “Você vai ajudar a pagar as fraldas?”..., tudo para esconder a dor que afligia seu coração por não conseguir realizar seu sonho e não saber o motivo dessa não realização.
(Abro um parêntese aqui para pedir que mudem este comportamento. Não sabemos o que está se passando na vida da pessoa, se existe uma dificuldade para engravidar, se tem algum problema por trás disso, e esta cobrança só faz machucar ainda mais a pessoa).
Tudo foi tomando na vida da jovem uma dimensão tão grande que ela não conseguia pensar em outra coisa, a ansiedade foi tomando conta de tal forma, que o tempo todo calculava dias férteis, verificando calendário, tirando sua temperatura (quando ovulamos a temperatura do nosso corpo aumenta e caso haja fecundação permanece alta) e fazendo gráficos...
Na semana da menstruação descer, procurava sinais de que ela não desceria e, se atrasava um dia, corria para fazer um exame e, mais uma vez, chorar ao ver negativo! O marido pediu então que ela parasse, pois, o que era pra ser algo bom, estava causando infelicidade, se tornara uma obsessão.
E o tempo continuou a passar. Dia 09 de maio de 2010 foi dia das mães. Como a maioria das igrejas, a que os jovens frequentavam faziam uma programação especial para comemorar. A jovem, mesmo relutante, foi à igreja. Mas nada conseguiu fazer do que normalmente fazia. Ficou escondida na galeria, chorando durante todo o culto. E naquele dia, perguntou a Deus por que não conseguira engravidar ainda, por que muitas não queriam e rapidamente engravidavam e ela que tanto queria não conseguia, por que para umas era tão fácil, e para ela, mesmo sem ter problema nenhum diagnosticado, estava sendo tão difícil! E ela pediu a Deus que não permitisse que ela passasse mais um dia das mães sem ter o seu filho nos braços, porque o coração dela não ia aguentar este vazio!
Naquele mesmo mês, a jovem resolveu procurar uma nova médica. E recomeçar sua rotina de exames. Os primeiros exames continuaram sem apresentar causa aparente para a não gravidez. A médica solicitou então o exame “histerossalpingografia”, que é utilizado para examinar exaustivamente o útero e as trompas de Falópio. É um raio-x contrastado da cavidade uterina e de suas tubas. Um exame doloroso e desconfortável. Por ser extremamente alérgica à medicação e ter receio de tomar contraste, não quis fazer de imediato o exame. No final de julho de 2010, se colocou diante de Deus e pediu não ser preciso passar por este exame. Que se houvesse algo errado, embora todos os outros exames dissessem que não, que o Senhor limpasse tudo. E que ela esperaria ainda mais um mês antes de fazer este exame. E não faria mais conta nenhuma, não tiraria mais a sua própria temperatura, apenas descansaria n’Ele.
Desde o início de 2010, a casa do jovem casal passava por reformas. Apenas reformas e não aumento no número de cômodos. No dia 03 de setembro de 2010, quando a reforma já estava para atingir o último cômodo, a jovem resolveu mudar todo o planejamento da obra. Insistiu na mudança, pois precisa ter mais um quarto na casa, não dava mais pra continuar com apenas um quarto. Para que cômodos tão grandes e faltando ainda outros na casa? Se não fosse agora, tão cedo não seria feito! Seu mestre de obras gostou da ideia e juntos convenceram o chefe da casa a aceitar a mudança.
Dia 07 de setembro, como sabemos é feriado. Havia uma baleia morta na praia do Foguete, em Arraial do Cabo. O jovem casal e alguns amigos curiosos resolveram ir ver o incidente. Ao chegar perto, a jovem começou a sentir-se mal com o cheiro de maresia, coisa que nunca acontecera, principalmente por ser nascida e criada nesta terra de sol e mar.
Ao chegarem à casa, já noite, o marido foi comprar um lanche e a jovem ficou em casa. E por achar muito estranha a sua reação, resolveu pegar um teste de gravidez que tinha guardado e fazê-lo, prometendo que não choraria caso desse negativo. E caso fosse positivo, faria uma surpresa para o marido, com uma cartinha em cima da mesa dizendo “Oi papai!”. Após 5 longos minutos de espera, a segunda listra que marca o exame positivo começou a aparecer, mas muito fraquinha. O que a jovem fez? Sentou e chorou, chorou, chorou. Quando seu marido chegou, ela estava na mesma posição, chorando, e pedindo que ele verificasse a listra, se não eram os olhos dela que estavam enganados. E a cartinha?! Oras, nem mesmo se lembrara disso!
No dia seguinte, correu para fazer o exame de sangue, o BHCG. E o resultado foi “inconclusivo”. Mas o que é isso? Significa que houve fecundação, porém ainda é muito cedo para se confirmar se haverá evolução para gravidez ou não. Por isso, recomenda-se que o exame seja realizado após uma semana do atraso e não no dia que seria para menstruação descer.
Após uma semana, muita oração e oito testes de farmácia, repetiu-se o BHCG e o tão desejado “positivo” estava escrito lá. Não havia dúvidas. Seu sonho se realizara.
Não foi no tempo em que as pessoas queriam ou falavam, não foi no tempo em que o jovem casal pensou... foi no tempo que Deus separou para eles. Foi o tempo de Deus se cumprindo na vida deles quando resolveram esperar verdadeiramente no Senhor.
Ah, e faça as contas... Meu filho irá nascer no mês de maio, provavelmente na semana que antecede o dia das mães. Quebrantei-me verdadeiramente diante de Deus e Ele ouviu o meu clamor. Porque era o plano d’Ele. Porque ele tem um propósito para a vida do meu filho, da minha família.

“É só esperar acontecer / É só continuar e não deixar que as lágrimas embacem o olhar / e não deixar que a tristeza tire a força do caminhar, continuar olhando nos seus olhos e enxergando a verdade que nada e ninguém pode impedir.
Jesus, plano melhor, nunca chega atrasado. Sua hora é perfeita, sua maneira a mais linda... seja feita a Sua vontade, eu só quero a sua vontade, assim na terra como no céu...”


Ester Oliveira

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