sábado, 30 de março de 2013

Escola Bíblica Dominical - Lição de 31 de março 2013*



Lição 13 – Adoração e Missão
 Texto Bíblico: Mateus 17.1-8, 14-20

Introdução
Chegamos ao fim de uma série de estudos sobre princípios bíblicos para o culto cristão. Há muito que se falar sobre o assunto, mas, durante o trimestre, pudemos pelo menos oferecer lampejos, “pontapés iniciais” para reflexões mais profundas e extensas.

Hoje, veremos que a adoração da igreja está intimamente relacionada com a missão. Um tema chama o outro. Adoração e missão andam de mãos dadas, até porque adoração sem consciência de missão pode ser alienante, e missão sem consciência de adoração pode ser apenas uma militância ideológica.

Como família de Deus, temos de fugir das águas correntes do extremismo. Adotar um extremo como estilo de vida é mais fácil que buscar o equilíbrio. As circusntâncias, até mesmo eclesiásticas, podem nos empurrar para os extremos, assim como as águas do mar fazem com um bainhista, que, para sobreviver, fugirá da correnteza.

Faz parte da mensagem cristã a vida futura. O céu é um tema bíblico e deve ser cantado e pregado nas celebrações litúrgicas e fora delas. Mas a esperança do céu deve nos levar à missão e não à acomodação.

O reino de Deus é futuro, mas também é presente. O “venha o teu Reino” (Mateus 6.10), da oração conhecida como Pai-Nosso, continua e sempre continuará sendo verdade absoluta de Deus. O problema não é a vinda do reino de Deus, e sim o comprometimento parcial dos cristãos com ele. Temos falhado por nos doarmos tão pouco à causa do Reino, talvez pela ilusão da ocupação com causas menores.

1. Adoração na Tranfiguração
Lemos o belíssimo relato da Transfiguração. É um dos textos que mais me encantam na Bíblia. Julgo-o essencial para entender o significado da adoração e da missão. Passar de lado diante desse registro sagrado é perder um elo precioso entre os Testamentos.

Seis dias depois da confissão de Pedro em Cesareia de Filipe (Mateus 16.13-16), aconteceu o episódia da Transfiguração. Ele não é um acaso na história da igreja, porque Jesus trabalhou por aproximados três anos para que os discípulos entendessem que Ele era o Messias, o enviado da parte de Deus, e para que chegassem à profundidade da adoração que leva à missão.

Com a confissão, Jesus passa a orientar os seus discípulos para outro momento em sua trajetória terrena: a morte de cruz (a paixão). Antes da crucificação, era de suma importância que os discípulos entendessem que Jesus é o Emanuel, o Eterno, O Deus-Homem. A Transfiguração é o ponto central desse entendimento, porque naquele monte os três discípulos da linha de frente (Pedro, João e Tiago) viram o Pai transfigurar o Filho: “o seu rosto resplandeceu como o Sol e suas roupas tornaram-se brancas como a luz” (v.2).

Estava sendo anunciado o que Paulo registrou em Colossenses 2.9: “[Em Jesus] habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Jesus não é um homem comum; Ele é especial, é divino, é o próprio Deus morando entre a humanidade.

Ainda aparecem Moisés e Elias conversando com Jesus. Lucas informa o assunto da conversa deles: “apareceram em glória e falavam da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém” (Lucas 9.31). Moisés tipifica a lei, e Elias, os profetas. Diante dos discípulos, portanto, estão a lei, os profetas e a nova revelação: Jesus.

Na Transfiguração, os discípulos aprenderam a centralidade cristológica da adoração. Moisés e Elias foram muito importantes, mas passaram. Seus ministérios foram circunstanciais. Jesus é diferente, pois o seu ministério é perfeito, pleno, suficiente e cabal.

A igreja é de Cristo e qualquer voz que tente competir com a dele, deve ser refutada. Só Deus é digno de adoração!

2. Missão na Transfiguração
Estava tudo tão bom lá em cima, que Pedro sugeriu que ficassem por lá mesmo: “Senhor, é bom estarmos aqui; se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias” (v.4). Essa proposta excluía a missão e foi reprovada pelo Pai.

Pedro e os outros discípulos ficaram maravilhados com tudo o que estavam vendo. Era um presente ver Moisés, Elias e Jesus conversando, especialmente no imaginário de um judeu. Imaginem a emoção de contemplar a lei, os profetas e o Messias! Mas essa contemplação não era o propósito de Deus para eles. A Transfiguração tinha um sentido muito mais profundo para o reino de Deus.

Pedro ainda estava falando e veio uma nuvem, que os cobriu, e Deus falou do meio dela: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado; a ele ouvi” (v.5). Pedro queria a contemplação e Deus os estava preparando para a missão.

Ficar no monte é muito bom, é ótimo até, mas a vida cristã real acontece no vale. O monte dá uma ideia de estabilidade, mas a adoração que ganha sentido prático acontece no vale.

Os discípulos precisavam entender que não seriam Moisés e Elias aqueles que dariam suporte para a missão no vale, mas Jesus Cristo, o Senhor da igreja. Foi Jesus quem disse: “e indo, pregai, dizendo: o reino do céu chegou” (Mateus 10.7). E também: “ide, fazei discípulos de todas as nações (...) e eu estou convosco todos os dias” (Mateus 28.19,20).

Interessante que os discípulos ficaram com medo quando ouviram a voz de Deus (v.6). Eles foram confrontados diante de uma postura equivocada, por mais que possa ter sido bem intencionada.

Jesus os consolou, reanimando-os, e eles perceberam que não havia mais ninguém a não ser Jesus (v. 7,8). Vale a pena aproveitar e lembrar que todos podem nos abandonar, mas Jesus nunca nos abandona. Ele tratou os discípulos e tem nos tratado constantemente. Glória a Jesus!

Pensando em missão, o episódio seguinte ao da Transfiguração é muito apropriado. Os discípulos queriam continuar na contemplação, mas, ao descerem do monte, a vida real já se apresentou duramente. Um homem procura a Jesus e diz: “Senhor, tem compaixão de meu filho, porque ele tem convulções e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes, na água. Eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo” (v.15,16). Jesus reprovou os discípulos, chamando-os de geração incrédula e perversa (v.17). É claro que Jesus também expulsou o demônio, contemplando, assim, o pedido daquele pai (v.18).

No monte Jesus é glorificado, no vale os demônios agem ferozmente. Volto a dizer que adoração e missão têm de andar de mãos dadas porque é no mundo, ou seja, no meio das pessoas que Jesus nos quer como sinalizadores do seu Reino. É no vale que acontece o nosso ministério.

Temas como esperança, paz e justiça também precisam fazer parte dos repertórios das músicas e dos sermões nas celebrações litúrgicas. Os cultos devem abordar a adoração, sem falhar com a missão. Noutras palavras, cumprir a missão é expressão de adoração.

Devemos entrar no templo com mente e coração voltados para a adoração, mas devemos sair dele inflamados com a missão. A igreja se reúne e se espalha. Tão importante quanto a sinceridade da adoração para a reunião, é o compromisso com a missão para o envio. Sair do templo é sair para o nosso campo missionário.

Um dos momentos que mais me comovem no culto (são tantos, na verdade) é quando dispeço os meus irmãos em nossa igreja com a bênção pastoral em nome de Jesus. Mexe comigo saber que aquele povo, espalhado pela cidade, está em missão, na autoridade do Supremo Comissionador.

Para pensar e agir
Jesus é o nosso modelo perfeito de adoração e missão. Temos de aprender com Ele e enraizar o ideal maior de querer ser iguais a Jesus.

No fim do século 19, o pastor americano Charles Sheldon escreveu um livro que marcou muitas gerações: “Em seus passos, o que faria Jesus?”. A obra de ficção, mas cheia de realismo, fala de uma igreja em que o pastor Maxwell ia muito bem até que lá chegasse um bêbado. Durante décadas, esse livro foi o mais lido depois da Bíblia. Ele inspirou, no passado, muitos cristãos a se despojarem de bens para colocarem em primeiro lugar o reino de Deus, principalmente vendo no próximo a figura de Jesus.

Tomando emprestada a questão levantada por Charles Sheldon, concluindo a lição – e também o trimestre – sugiro que, em todas as circunstâncias da vida, nos perguntemos: em meus passos (ou em meu lugar) o que faria Jesus, aqui e agora?

Leituras Diárias
Segunda: Salmo 143
Terça: Salmo 144
Quarta: Salmo 145
Quinta: Salmo 146
Sexta: Salmo 147
Sábado: Salmos 148 e 149
Domingo: Salmo 150

*Lições da Escola Bíblica Dominical das Igrejas Batistas da Convenção Batista Fluminense, da Revista Palavra&Vida, escritas pelo Pr. Elildes Júnio Marcharete Fonseca.

*Esta Revista é enviada gratuitamente às Igrejas Batistas da Convenção Estadual.

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