terça-feira, 2 de outubro de 2012

O CRENTE E A POLÍTICA



    Pr. Hudson Galdino da Silva*

O que penso, creio e pratico, compartilho.

Estamos mais uma vez vivendo um clima de eleições, dessa feita municipais. Já estamos sendo bombardeados pela propaganda eleitoral. Quero convidar a você a uma reflexão sobre o assunto com a finalidade de amadurecermos sobre o assunto.
Compartilhamos o que penso e creio sobre o tema.

1. Precisamos compreender que não vivemos sem a política. Tem gente que diz: “não gosto de política, não falo sobre política, não discuto política. Estão totalmente enganados.Por que? Exemplo: Quando entramos na padaria  e perguntamos quando custa o pão? Ou então: O preço do pão está caro! Assim fazendo, estamos fazendo política. Isso é política. Estamos de alguma forma discutindo preços, que faz parte da política. Entendeu? Ainda que em forma embrionária, primária e doméstica mas estamos falando sobre decisões políticas que nos afetam em nosso dia a dia. Todos nós falamos ou conversamos sobre política todos os dias. Política é a arte de administrar e tomar decisões em prol de todos.

2. Todos nós devemos ser cidadãos integrados no contexto da sociedade. Durante muito tempo os evangélicos eram “taxados” de alienados, porque muitos achavam que crente não poderia estar envolvidos. Que engano! O crente como cidadão pode e deve estar “ ligado”, buscando conhecimento e participando do debate para as melhorias da cidade e do Brasil. O nosso voto é um instrumento forte de mudança e melhoria naquilo que pensamos que precisa ser alterado.

3. Precisamos saber separar política de Igreja. Cada um individualmente é um ser político e exerce de alguma maneira sua cidadania  e influência. Alguns se tornam pela militância um agente política, mas envolver a Igreja com política  é perversão dos princípios, da ética e de tudo que deve reger o corpo de Cristo. A Igreja como Igreja deve exercer o seu papel social na sociedade, mas sem envolvimento político. A Igreja não recebe benesses. Na Igreja não se faz campanha nem propaganda eleitoral. Igreja e muito menos o púlpito ou a prédica não deve ser palco de campanha eleitoral. Cada crente vota e escolhe aquele ou aquela que bem desejar de acordo com ditames de seu conhecimento e consciência. A Igreja, jamais pode ser um “curral eleitoral”. Igreja, como instituição e corpo de Cristo não se compromete com candidatos ou partidos. Igreja não tem ideologia política. Igreja tem uma natureza e uma missão . O crente individualmente pode ter sua ideologia que seja pautada pelos princípios cristãos, mas a Igreja em si, não.

4. Qualquer crente pode em algum momento se tornar um candidato, mas o pastor, jamais, a não ser que renuncie o ministério.O pastor  conhece política, discute política, mas não deve ter partido. O ministério não pode estar envolvido com política partidária. O pastor pessoalmente, individualmente tem as escolhas e preferências, mas não deve usar de sua função pastoral para benefícios pessoais.O pastor ensina princípios para um amadurecimento do crente como cidadão para que aqui possa vivenciar a ética do Reino de Deus.

5. O crente precisa fazer boa escolha. O crente precisa primeiramente buscar a orientação de Deus. O fato da Igreja como instituição não se envolver com política não significa que Deus não deva ser buscado nessa hora. Abra o coração para Deus e busque melhor entendimento. Avalie as propostas dos candidatos que visem melhorar a situação da sociedade como um todo e não apenas de alguns. Avalie o que você sabe sobre a vida do candidato, sua história de vida e sua militância política.. Por motivo algum não venda o seu voto. Vender o voto não simplesmente  trocar por dinheiro ou qualquer outro valor ou bem. Vender o voto é trocá-lo por favores ou por interesses pessoais ou promessas pessoais. Não existe nada melhor do que exercer a cidadania e o voto de forma livre, liberto, com o coração livre e de boa consciência. Como é estar livre e não estar aprisionado a favores a  benefícios e a candidatos.

*Pastor da Segunda Igreja Batista de Cabo Frio e Secretário Geral da Associação Batista Litorânea Fluminense


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