quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Onde está o Rio Paraíba?


Nível baixo do rio Paraíba preocupa

Apesar de ser esperado nesta época do ano, o nível baixo do Rio Paraíba do Sul tem preocupado as pessoas que dependem dele para sobreviver. Segundo os pescadores, o primeiro sinal de que o rio baixou é quando aparecem as coroas de terras, que faz com que alguns deles cheguem até o meio do rio a fim de conseguir profundidade para lançar o anzol. O professor e ambientalista, Aristides Soffiati, disse que é comum que o Paraíba fique baixo ao ponto de aparecer ilhas durante as estações de inverno e primavera.  Já o professor do laboratório de meteorologia da Universidade Estadual Fluminense (Uenf), Valdo Marques, afirmou que o rio pode voltar ao seu nível normal nos próximos meses, pois são períodos de chuva.

Além da estiagem, Soffiati apontou o assoreamento como outro ponto que contribui para a seca do Paraíba. “Se não houvesse tanta terra acumulada no fundo do rio, o nível não iria baixar tanto nas épocas em que não chove muito. No verão e outono, por exemplo, são estações com mais chuva, por isso, o rio tende a suCbir. Já no inverno e na primavera as coisas mudam e é comum o rio ficar baixo”, disse ele, lembrando que as regiões Sudeste e Nordeste são as mais afetadas com a seca dos rios. “Em 2002, o rio Paraíba ficou muito vazio, tanto que ficou parecendo com poças de água”.

Segundo Valdo, no inverno deste ano choveu menos em relação à mesma estação no ano passado, o que pode ter contribuído para o nível atual do rio. “Nesse período é normal o rio baixar por conta da pouca incidência de chuvas. Acredito que em novembro vai começar o período de chuvas com mais frequência. De novembro a abril, talvez março, é uma temporada com muita chuva o que faz com que o rio suba e cubra os pedaços de terra que costumam aparecer em épocas de seca”, explicou. Ele disse que é difícil fazer algo pa-ra manter o nível do Paraíba estável durante todo o ano. “Por se tratar de condições climáticas, é impossível controlar de qualquer forma”, concluiu.

Para o pescador José da Silva, de 45 anos, trabalhar com rio baixo é um sacrifício. “Não tenho outro jeito, tenho que pescar de qualquer forma. Estando o rio cheio ou vazio, tenho uma família para sustentar. Infelizmente, não podemos mandar no tempo”.
Mário Sérgio

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