sexta-feira, 29 de junho de 2018

Farinha pouca, meu pirão primeiro


Bezerra da Silva gravou a música “Meu pirão primeiro”. Duas estrofes registram assim:

“Farinha pouca, 
Meu pirão primeiro. 
Este é um velho ditado, 
Do tempo do cativeiro. 
E a Chica assim dizia, 
Na hora de preparar. 
Pro pirão ficar gostoso, 
Tem que saber temperar”. 

A ideia predominante no provérbio popular é a seguinte: em tempo de escassez, o primeiro a aproveitar sou eu.

O cristão deve refletir e aprender com o provérbio:
1º - Realça o egoísmo. Eu em primeiro lugar. Que se danem os outros. Não é atitude cristã.
2º - Desconhece a solidariedade. Pensar em si não é pecado, mas esquecer o outro, é. Ser solidário e antônimo de ser solitário.

3º - Anula a lei da semeadura. Sem qualquer conotação de prosperidade interesseira, o fato é que repartir, mesmo em tempos de escassez, é a mais sábia maneira para se ter mais depois. O sábio afirmou: “Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás” - Eclesiastes 11.1. Quem adota a filosofia do provérbio experimenta a tristeza de ver a farinha acabar antes do tempo estabelecido por Deus. Sem farinha, não há pirão.

4º - Promove o materialismo. A cultura do ter predomina. O ser é esquecido. É bom lembrar que “o que você tem, todo mundo pode ter, mas o que você é, ninguém pode ser” - Prof. Lourenço Stelio Rega.

Para o cristão, sempre é tempo de pensar no outro, ainda que tenha pouco para mim. É ser solidário para não deixar o próximo solitário. É semear ainda que as sementes sejam o único estoque. É promover o espiritual e anular o material.

Todos os dias somos confrontados a reler este provérbio: farinha pouca, meu pirão será compartilhado com o próximo.

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