quarta-feira, 30 de março de 2011

Ele chorou pela morte do amigo

            Foi destaque na imprensa o choro do ex-presidente Lula pelo seu amigo José Alencar. Os dois formaram a dupla da presidência nos dois mandatos últimos. O ex-presidente estava em Portugal para receber o título "doutor honoris causa" da Universidade de Coimbra e vai dedicar o título ao amigo.
            Assim que soube da notícia, Lula não conteve as lágrimas e afirmou: "Conheço poucos seres humanos que tenham a alma de José Alencar, a bondade dele. O Brasil perde um homem de dimensão excepcional”.
            Lula ainda acrescentou: "Eu era favorável que ele parasse de tomar remédio, queria que ele vivesse da forma mais prazerosa possível. Falei com ele praticamente toda a semana. Ele era um otimista. Antes de vir para cá, eu liguei para ele. Ele sabia que do ponto de vista clínico não tinha muita expectativa, mas ele tinha esperança".
            Não sou lulista, mas percebo no ex-presidente a sensibilidade pouco vista em outros dirigentes políticos. Protocolarmente, era melhor chorar escondido, longe da imprensa. Mas ele não se preocupa muito com isso. Talvez explique sua grande aceitação, se aproxima do povo em suas manifestações.
            Amizade é uma coisa curiosa. Acontece sem nenhum planejamento, sem nenhuma relação sanguínea, sem nenhum protocolo formal, invade o coração e mente e assume o comando das emoções. Alegria e tristeza tem a mesma dimensão de importância de acordo com as experiências da amizade. É fácil entender o que Salomão filosofou: “O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado que um irmão” - Pv 28.13.
            Já chorei e sofri por amigos que morreram e não aconteceu o mesmo com parentes que se foram. E nada foi planejado nem havia qualquer motivo que ensejasse presença ou falta de sensibilidade.
João 11.35 registra: “Jesus chorou”. Pelo choro, os judeus concluíram: “Vede como o amava”. Era a morte de Lázaro, seu amigo. Por certo, lembranças de momentos tão agradáveis vieram à mente do Salvador e ele chora sem preocupação de ser interpretado como um Messias fraco.
O choro revela nossa humanidade. Também nossa sensibilidade. E denuncia que fomos sequestrados por alguém sem uso da força e da violência. Mas há esperança. A Bíblia apresenta. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” e “Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” - Salmos 30.5; Apocalipse 7.17.
Tá com vontade chorar, chore. Mas creia que Deus limpará sua lágrima. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário