segunda-feira, 28 de março de 2011

Método detecta mentiras analisando as expressões faciais


O rosto pode revelar o contrário do que uma pessoa diz. O detetive Wanderson Castilho analisou as mentiras contadas por pessoas famosas.
As emoções são as mesmas, quer você seja uma dona de casa, um homem bomba ou um político no Brasil ou no Japão. A verdade pode não ser o que você fala. A verdade está na cara.

Um detetive chega dos Estados unidos com um método revolucionário na mala. Ele analisa microexpressões faciais. E flagra mentirosos.

Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos. Tentou negar o caso com a estagiária. “Ele não sincroniza a velocidade de fala com o movimento das mãos. Normalmente pisca dez a 15 vezes por minuto”, analisa o detetive Wanderson Castilho.

Somália, jogador do Botafogo, foi à TV declarar que tinha sido sequestrado.

“Se você notar, as piscadas são rápidas. Mas depois ficam lentas, porque o cérebro não quer ver aquela mentida contada”, diz o detetive. “O cérebro sabe a verdade.“

Cristiano e Carlos, pessoas como eu ou você. Eles vão contar o momento mais emocionante que eles já passaram na vida.

“O momento mais marcante da minha vida foi o nascimento do meu filho. Porque eu consegui entrar na sala de cirurgia e ela teve uma parada cardíaca na metade dessa cirurgia. Eu vejo aquela correria toda, não entendi nada, só vejo aquilo. Ao mesmo tempo foi marcante e muito tenso”, relata Carlos.

“O momento mais emocionante foi no parto da minha esposa, em que eu fui assistir na sala de cirurgia. Foi um momento de muita alegria, eu fiquei anestesiado, tirei bastante foto. Mas naquele instante também estava ocorrendo um até diferente. Minha esposa estava tendo uma parada cardíaca, mas eu estava tão anestesiado com aquele momento marcante do meu filho que eu não consegui perceber que ela estava passando por um problema. Mas a situação foi contornada e Graças a Deus deu tudo certo”, conta Cristiano.

É claro que os dois não viveram a mesma história. Apenas um deles viveu. A gente pediu que os dois contassem a mesma historia pra que o Wanderson pudesse detectar qual dos dois está mentindo.

Assistindo ao vídeo, tem alguma microexpressão que a gente consiga detectar?

“Em um determinado momento, a gente consegue perceber algumas negações do Carlos sobre a história. A face não condiz ao caso, ao acontecido”, diz Wanderson.

Vamos olhar do Cristiano.

“A expressão fica coerente com o que ele está falando. A tristeza aparecendo”, aponta Wanderson.

Como a gente consegue ver a tristeza?

“A sobrancelha dele caiu, e os lábios ficaram para baixo. Essa é a demonstração de uma emoção de tristeza”, explica. “Ele fecha a boca no final. Expressou uma emoção de preocupação, de raiva. Só em lembrar essa emoção. É muito comum acontecer.”

“Foi o Carlos que fez a mentira”, arrisca Wanderson.

“Estava mentindo mesmo”, admite Carlos.

Parece fácil? Eles vão contar outra historia. Quem será que está mentindo?

Carlos: “O momento mais difícil da minha vida foi as visitas que eu fiz a uma clínica de dependência química por uma pessoa que eu amo muito”.

“Quando o Carlos começa a falar, nitidamente a expressão facial dele parte pra tristeza. Ele está dizendo um assunto que ele passou, triste”, aponta Wanderson.

Cristiano: “O momento mais difícil que eu passei foi tendo que visitar uma pessoa que eu amo muito numa clínica de dependentes químicos. Até hoje me traz lembranças ruins”.

“No caso do Cristiano, ele colocou a Mao no olho para dizer como se estivesse chorando e comovido. Só que os olhos dele estão completamente secos”, analisa Wanderson.
O método foi criado pelo psicólogo americano Paul Ekman. Nos Estados Unidos, é usado em inquéritos. E chegou à ficção. Na série “Lie to me”, uma equipe desvenda crimes analisando expressões faciais.

Também na realidade, nem todo mundo é ficha limpa. Mas o psicólogo Sérgio Pires esclarece:

“Existem várias razões para que determinada expressão apareça. Um exemplo: você está numa entrevista de emprego. Ao ficar nervoso, você vai apresentar sinais muito semelhantes àqueles que você apresentaria se tivesse mentindo”.

Seja como for, cuidado com o que você diz. O seu rosto pode estar dizendo o contrário.

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