sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Imagine, não imagine



            O título não trata da poesia de John Lennon. Esta, além de sugerir a negação de alguns conceitos espirituais, é tendente à proposta ideológica, combatendo o capitalismo e sugerindo o comunismo.
            Imagine é do verbo imaginar. E sugiro: Imagine que você estivesse neste natal no céu com Jesus. E conversasse com ele.
            Possível diálogo:
            Inicia você: “Jesus, na minha terra há uma alegria contagiante, é o período do Natal, comemora-se o seu nascimento como ser humano. Há muita festa, muita comida, muitas compras, um movimento danado”.
            “Pois é, eu sei disso, acompanho tudo...”, responde o Salvador.
            “Mas, parece-me que o Senhor não se empolgou muito com isso!? É uma data tão especial, eu vibro muito com ela!”.
            Com olhar terno e meigo, voz tranquila, o Salvador conclui: “Acompanho tudo e todos. Muita festa para alguns... muita comida para alguns... muitas compras para alguns...”.
            Entendendo a mensagem, você tenta desviar: “Mas, Senhor, meu Salvador, as igrejas ficam lotadas, as praças são tomadas, musicais lindos apresentados. Ah, como é tão lindo tudo! E olha, os pastores também pregam, pregam o evangelho!”.
            “Sim, isso tudo é muito bom, mas não é tudo. Aliás, é bem menos do que eu proponho. Canta-se nos templos, mas se esquece de cantar na vida. Igrejas cheias, mas muitos de corações vazios. Praças tomadas para cantar o Natal, mas esquecida para combater a injustiça social, a corrupção e outros males. Ah, e os pastores... Ah, os pastores...”.
            Imaginando que pudesse voltar, você se despede: “Jesus, eu vou voltar, que o Senhor deseja que eu diga lá?”.
            Esperando ouvir uma lista de responsabilidades, você abaixa a cabeça: “Não diga nada, viva o meu evangelho... olhe, mas não só no dia de Natal, todos os dias... eles ouvirão que o Salvador chegou”.
            Será que é por isso que John Lennon imaginou?: “Imagine não existir países / Não é difícil de fazê-lo / Nada pelo que lutar ou morrer / E nenhuma religião também / Imagine todas as pessoas / Vivendo a vida em paz”.
            Imagine...
Pr. Neemias Lima

2 comentários:

  1. Oi, Pr. Neemias. Achei um texto muito oportuno sobre o tema que o senhor postou. É do Pr. Josemar Bessa.
    “Imagine” – John Lennon e a Graça Comum! | JOSEMAR BESSA

    Em 1971, a canção “imagine” rapidamente estourou nas paradas musicais em todo o mundo. Composto por John Lennon, talvez o mais famoso entre os Beatles, “Imagine” virou um hino de uma geração.

    A letra da música é poética? É! É arte? É! Tem boa melodia? Certamente! John Lennon é uma das maiores celebridades do rock em todos os tempo? Sem dúvida! Seus talentos foram dados por Deus? É óbvio que sim...!! Então muitos celebrariam alegremente simplesmente chamando-a de “Graça comum!” (com a idéia de que alegando isso algo se torna aceitável).

    Mas a mensagem central da música é: Imagine um mundo sem Deus!! “Imagine” é assustadoramente melancólica – isso olhando pelo melhor ângulo possível. Ela é completamente centrada no homem e despreza completamente Deus. Sua letra projeta uma visão de um mundo ideal em que “todas as pessoas” estão “vivendo a vida em paz”.

    Os ouvintes são conclamados a “imaginar” o que e como este mundo em paz seria. Segundo Lennon, não haveria “nenhuma necessidade de ganância ou fome”. Além disso, este mundo de paz teria uma orientação ateísta. A crença no céu e no inferno desapareceria. Na verdade, não haveria nenhuma “religião” – ou seja, ao banir Deus o homem teria finalmente a paz.


    Uma série de pressupostos moldam a visão de Lennon:

    01 – A Religião pode ser dispensada – Não há Deus!

    02 – O Céu e o Inferno podem ser dispensados – A vida é tudo que existe.

    03 – Religião e crença em Deus destrói a paz!

    04 – Pessoas sem religião, sem crer em Deus, apenas focada no homem e pelo homem, seriam boas e generosas. Compartilhariam suas posses materiais, não seriam egoístas, não entrariam em conflito uns com os outros, terminariam com a ganância e a fome... Tão somente se a idéia de Deus fosse banida.


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  2. Continuando o post, pois ele não coube no limite de caracteres do blog:
    “Imagine” – no início da década de 70, golpeou uma geração de jovens com a ideia da PAZ em uma geração sentindo os ecos da Guerra do Vietnã. A visão parecia espelhar bem as suas aspirações idealistas por um mundo em que a igualdade social, racial e econômica. Um reino secular de paz era possível se se desejasse de fato viver assim.

    “Imagine” rapidamente se tornou uma das músicas mais ouvidas de todos os tempos e assumiu seu lugar como um hino ateísta de uma geração “pós-cristã”.

    Simplesmente bradar: “Graça comum!!” – não justifica em nada qualquer obra da cultura humana. Nem justifica a tentativa patética de acobertar nosso desejo ancorado nos prazeres que fluem da inimizade humana contra Deus. Mas isso tem servido como justificativa pífia para vidas mundanas.

    Na primeira década do novo milênio, muitos ocidentais continuam a endossar a premissa chave de John Lennon em “Imagine”. Deus não é uma condição prévia para a paz mundial. Os homens construirão uma sociedade justa, socialmente muito mais justa e melhor, mais igualitária... com suas leis, ONGs... Deus não só é desnecessário, como um fator de impedimento – ou seja, em sua depravação, o homem vê Deus como o obstáculo e o homem como solução! Muitos que se dizem cristãos, não descartam Deus, mas acreditam nas mesmas premissas – o homem salvando o mundo. A “igreja” participando da construção de um mundo melhor, mesmo que para isso, para a paz, para o bem da tolerância, para ser relevante... esconda a mensagem e o escândalo da cruz, e seja mais uma ONG salvando o homem e seu planeta.

    Vão se acomodando a uma mentalidade e geração pós-cristã que diz que é hora de abolir a religião, Deus... da esfera pública. Se a “igreja” quiser participar e ser relevante, seus temas terão que ser os temas das ONGs do mundo, dessa geração pós-cristã, e esquecer a confrontação da santidade de Deus a este mundo ímpio.

    É óbvio que a utopia de “Imagine”, defendendo um mundo em paz onde Deus e Sua Palavra são parte do problema e não da solução - fornece exatamente a receita errada para a doença espiritual do pecado da qual todos nós e nosso mundo foi mortalmente atingido. Uma “igreja” tentando ser relevante num mundo inimigo de Deus, passa a falar somente naquilo que a agenda pós-cristã aceita: Paz, amor, justiça social, a construção de um mundo em paz constituído de pecadores depravados... A Verdade que confronta o âmago dessa ideia e motivações? Não! Ela seria um problema, porque o brado desse mundo é – Vamos banir Deus e construir nosso Paraíso!

    “Imagine” – Todos os talentos usados para compor, gravar, tocar, cantar... vieram de Deus. Bradar “graça comum” irá redimir “Imagine”? A verdade que dizer simplesmente: “Graça comum,” não tornará nada aceitável a Deus.

    Imagine, imagine um mundo...

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